O departamento jurídico do PSOL e parentes da vereadora Marielle Franco, assassinada na semana passada, receberam até domingo 11 mil denúncias de postagens com informações falsas e difamatórias à parlamentar publicadas nas redes sociais. O partido iniciou uma mobilização para coletar provas e denunciar pessoas que compartilhem ‘fake news’ sobre Marielle.
No Facebook, no Twitter e em áudios pelo Whatsapp, internautas têm divulgado informações de que a vereadora teria ligação com o tráfico e que sua morte estaria relacionada a um “acerto de contas”. Em um áudio, um homem não identificado afirma que ela só foi eleita por ter apoio de criminosos.
A tese foi reproduzida pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marília Neves em sua página no Facebook. “Foi eleita pelo Comando Vermelho [facção] e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”, escreveu. O PSOL entrou com representação no Conselho Nacional de Justiça contra ela.
O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) também reproduziu ‘fake news’ nas redes sociais. Ele escreveu no Twitter que, além de ser ligada ao Comando Vermelho, a vereadora era usuária de drogas e ex-mulher de um traficante. A reportagem tentou contato com a juíza e com o deputado, mas não obteve resposta. Ambos apagaram as publicações.
O PSOL quer identificar os autores das difamações para denunciar à polícia. Por isso, pede que cópias das postagens sejam encaminhadas ao departamento jurídico da sigla, junto ao link do perfil de quem propagou as notícias falsas ou o telefone para contato.
Protestos
Milhares de pessoas participaram de ato em homenagem a Marielle Franco no domingo, na Favela da Maré, Zona Norte do Rio, onde nasceu a vereadora do PSOL. Além de moradores e parentes da parlamentar, compareceram o deputado estadual Marcelo Freixo e o deputado federal Chico Alencar, ambos do PSOL, e políticos de outros partidos.
Atores, como Débora Bloch, Camila Pitanga e Marcelo Adnet, também marcaram presença. Nos protestos, mulheres da comunidade discursaram e pediram justiça a Marielle. Em São Paulo, também houve uma marcha, que começou silenciosa, na Avenida Paulista. No ato, mulheres usaram vassouras manchadas de vermelho para lavar uma escadaria e simular sangue.
Comentários