Embora o feminicídio tenha sido uma das hipóteses levantadas na investigação sobre o assassinato de Carla Santana de Magalhães, de 25 anos, as características do crime levam a polícia para outra linha de apuração. Segundo fontes ouvidas pelo Campo Grande News, aparentemente quem matou a jovem deixou o corpo perto da casa dela como uma espécie de "recado", método que não é típico de crimes cometidos por ódio ou passionais.
A forma de matar, a degola ou esgorjamento, como foi no caso de Carla, costuma ser usada por facções criminosas, nos chamados “tribunais do crime”. O intrigante é que a jovem não tinha ficha criminal e até onde se sabe, qualquer envolvimento com organizações do tipo.
O Campo Grande News apurou também que havia sinais de que vítima foi submetida a tortura e que a jovem foi examinada para avaliar se houve violência sexual.
Até agora, a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), responsável pelas investigações, não se pronunciou sobre o ocorrido. Já foi tomado o depoimento de testemunhas, mas ainda não se fala em suspeitos.
Nesta tarde, o delegado Carlos Delano informou por mensagem em grupo de WhatsApp para o envio de informações para a imprensa que não vai antecipar informações sobre suspeitos ou a linha de investigação. "A divulgação precoce dessas informações pode comprometer a eficiência do trabalho", afirmou.
A investigação jornalística chegou a essas informações, porém, conversando com quem lida com o exame de corpos e apuração de crimes de homicídio das mais diversas características.
Desaparecimento e morte - Quem matou a jovem Carla fez isso no mesmo dia em que ela gritou por socorro, por volta das 19h de terça-feira (30), disse estar sendo "roubada" e não foi mais localizada. O Campo Grande News já havia apurado e divulgado que as condições nas quais o corpo da vítima foi achado, na manhã de ontem (3), na Rua Nova Tiradentes, indicam a morte há mais de dois dias.
Para o esgorjamento, corte profundo no pescoço, o assassino usou instrumento cortante e produziu ferimento atingindo veias essenciais para a circulação sanguínea. Carla perdeu muito sangue antes de morrer, sugere a forma usada pelo matador. Fica claro, também, que o assassinato foi cometido em outro lugar e o corpo levado para onde foi encontrado.
O cadáver foi abandonado, nu, na calçada de um comércio na mesma rua onde morava no Bairro Tiradentes. Não havia marcas de sangramento aparente no lugar.
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