O homem que levou a réplica da Constituição Federal de 1988 do STF durante invasão em Brasília, foi preso pela Polícia Federal, nesta quarta-feira, dia 25 de janeiro, em Varginha, Minas Gerais.
O designer bolsonarista Marcelo Fernandes Lima, de 50 anos, havia entregado a réplica à PF no dia 12 deste mês, quatro dias após os ataques na Praça dos Três Poderes, na capital federal. Ele foi liberado no dia após prestar depoimento.
Segundo informações da Polícia Federal, o bolsonarista se apresentou com um advogado no início da tarde desta quarta-feira. Ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda conforme a PF, o pedido de prisão foi emitido após a entrega da réplica da Constituição. Agentes já teriam buscado por ele em sua residência, mas o homem não foi encontrado.
Marcelo Fernandes Lima foi levado para uma penitenciária da região e ficará à disposição do STF.
O que disse o designer em depoimento
O designer Marcelo Fernandes Lima, de 50 anos, que é de São Lourenço (MG) e possui uma empresa com sede em Campinas (SP), é o homem que aparece em fotos com a réplica na mãos na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), no dia dos ataques de 8 de janeiro. No depoimento feito quando entregou a réplica à PF, obtido pela EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, ele disse que pegou a Constituição “para que não fosse destruída” durante os ataques.
Segundo o depoimento dele para a PF, ele passou próximo aos prédios do Congresso e do Palácio do Planalto e não entrou no local. Mas que ao chegar ao STF, viu que várias coisas e vidros já tinham sido quebrados e viu três pessoas saindo do local com um livro grande nas mãos.
"Eles gritavam: 'Vamos rasgar, vamos rasgar'. Que o declarante percebeu que se tratava de um exemplar da Constituição Federal e, como nunca teve qualquer intenção de depredar coisa nenhuma, achou aquilo um absurdo e tomou o livro das mãos daquelas pessoas, para que não fosse destruído", cita o depoimento.
Marcelo, que é morador de São Lourenço (MG), também disse para a polícia que como não sabia o que fazer com o livro naquele momento de tumulto, levou o mesmo consigo, pois certamente seria destruído por radicais que ali estavam.
O designer também disse, no depoimento, que pensou em devolver o livro para algum policial no local, mas a situação estava tão caótica que não soube o que fazer no momento e decidiu levar o livro para entregar para alguma autoridade posteriormente.
O designer também disse acreditar que "as portas de trás do STF estavam abertas quando chegaram, pois entrou no prédio sem ver uma porta sequer quebrada ou arrombada".
No dia em que a réplica foi entregue, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, confirmou nas redes sociais que ela havia sido recuperada.
"A Constituição que os terroristas roubaram no STF foi apreendida e recuperada. Viva a Constituição! Ela venceu e sempre vencerá", escreveu o Ministro.
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