Relatório da ‘Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil’, referente a 2022, aponta que Mato Grosso do Sul está entre os Estados que registraram o maior número de indígenas assassinados, somando 38 vítimas, e se tornando o segundo com mais mortes no ano.
Dados obtidos junto à Sesai, ao Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) e às secretarias de Saúde de Roraima, Bahia e Mato Grosso do Sul registraram 180 assassinatos de indígenas no Brasil. Roraima ficou em 1ª lugar no ranking, com 41 mortes, e Amazonas em terceiro, com 30 registros.
De acordo com o levantamento, os crimes foram registrados em 25 estados do país e vitimaram 137 homens, 41 mulheres e duas pessoas de sexo ignorado. A maioria das vítimas, 119, tinham entre 20 e 59 anos de idade, e 48, mais de um quarto do total, tinham até 19 anos.
As informações registradas entre os anos de 2019 e 2022 mostram ainda que Mato Grosso do Sul é o terceiro Estado com mais números de assassinatos, totalizando 146. Roraima está em primeiro lugar, com 208 casos, e Amazonas em segundo, com 163 casos de assassinatos.
O relatório ainda cita 535 mortes de indígenas por suicídio. Neste período, os mesmos três estados registraram o maior número de casos: Amazonas (208), Mato Grosso do Sul (131) e Roraima (57) concentraram, juntos, 74% dos suicídios indígenas ao longo destes quatro anos.
O levantamento aborda a Violência por Omissão do Poder Público, citando casos de desassistência geral a povos indígenas. Ao todo, em 2022 foram registrados 72 casos, sendo onze deles em Mato Grosso do Sul, que se igualou ao Amazonas, que teve a mesma quantidade; ambos com mais casos no país.
“No Mato Grosso do Sul, a interrupção do fornecimento de cestas básicas, a falta de atendimento pela Funai e a situação de confinamento de grandes populações em reservas diminutas, submetidas a condições de extrema vulnerabilidade, resultou em fome e até relatos de indígenas Guarani e Kaiowá buscando restos de alimentos em um lixão de Dourados (MS)”, é mencionado no relatório.
Dentre os pontos mencionados para o crescente número de violência contra indígenas, o relatório aponta o “desmonte das políticas públicas voltadas aos povos originários, como a assistência em saúde e educação, e com o desmantelamento dos órgãos responsáveis pela fiscalização e pela proteção destes territórios”.
Caso em Dourados
A Reserva Indígena de Dourados compreende as aldeias Bororó e Jaguapiru, abrigando mais de 17 mil pessoas, principalmente das etnias terena, guarani e kaiowá. É a maior comunidade indígena de Mato Grosso do Sul e a maior em área urbana do país; e os casos de violência são rotineiros.
Ele foi encontrado no meio do paredão de pedra, com um sinal de facada no rosto e com o pescoço decepado.
Conforme informado pelo Dourados News, dois filhos da vítima e um genro foram acusados de envolvimento no crime. Na época, a Polícia Civil apontou que uma discussão por conta do dinheiro da aposentadoria de Alonso teria sido a motivação do assassinato.
Entretanto, o homem não foi a primeira vítima de violência no seu seio familiar.
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