O ser humano sempre teve anseio em prever o clima, seja para obter boas colheitas, evitar catástrofes naturais ou salvar vidas, a necessidade de ter controle sobre o tempo está presente desde os tempos antigos. Em 2020, mesmo com uso de satélites e informação quase instantânea, os moradores de Mato Grosso do Sul testemunharam alagamentos, ventanias, sensação térmica de 43°C, e fenômenos incomuns.
O primeiro mês do ano foi recebido com uma forte chuva, causando transtorno aos moradores do: Jardim Colúmbia, Nova Lima, Vida Nova 2, Nova Bahia e Estrela do Sul que registraram alagamentos, sujeira e até carros ilhados.
Em Fevereiro, o clássico ponto de alagamento de Campo Grande voltou a ser motivo de problema. A rotatória da Avenida Rachid Neder com a Avenida Presidente Ernesto Geisel, ficou novamente intransitável. Naquela data, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou mais de 43 milímetros de chuva na cidade.
Veículos foram arrastados pela força da águas e alguns motoristas precisaram ser socorridos pelo Corpo de Bombeiros. Além disso, os alagamentos resultaram em vários pontos de engarrafamento e na rua Veridiana, na região do Coronel Antonino, o nível do córrego subiu ao ponte de desmoronar.
Os Fenômenos naturais também marcaram o ano do Sul-mato-Grossense. No dia 17 de março, na rodovia MS-289 entre Amambai e Coronel Sapucaia, um tornado foi registrado em meio a uma lavoura, por um motorista que passava no momento. Na hora, o tempo estava bastante fechado e fazia muito calor.
Com ventos de 147 km por hora e uma grande descarga de raios, a frente fria chegou no mês de Abril, deixando um rastro de destruição pleo Estado. A cidade de Laguna Carapã, a 282 km da Capital, foi a cidade que registrou os ventos mais fortes, com as rajadas e mias de 111 raios registrados, o pavilhão central do Parque de Exposições da cidade veio abaixo. A Prefeitura estimou um prejuízo de R$ 1,2 milhão.
Dando sequência nas baixas temperaturas, a madruga mais fria do ano foi registrada no dia 8 de maio, em Iguatemi, com o termômetro marcando 1,1ºC e sensação térmica de -4ºC. Ao menos sete municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos por geada, segundo informações do meteorologista Natálio Abrão, da Uniderp.
Enquanto frio assolava o interior, em Campo Grande ele estava acompanhado de chuva, deixando os moradores do Ramez Tebet ilhados na lama. “A enxurrada parecia uma cachoeira. Fora que acaba com a estrada. A água fica na altura do joelho quando alaga, sempre deixo meus filhos na minha sogra para ir para o trabalho, mas hoje não tinha condições de se arriscar e acabei não indo trabalhar” afirmou a moradora Pamela Benites, de 28 anos.
Enquanto isso, em Dourados, a 225 quilômetros da Capital, as chuvas superavam a média histórica prevista para junho. De acordo com a Embrapa Agropecuária do Oeste, através de sua estação meteorológica, entre a sexta-feira e a madrugada de sábado (27), choveu 67,8 milímetros. Somando o acumulado do mês, os números apontavam para 98,6 milímetros. O esperado para esse período era de 69,3 milímetros.
Em julho, a estação meteorológica de Amambaí protagonizou o segundo dia mais frio do ano, com o termômetro marcando 1,9ºC. Mas, a previsão da época já indicava que a massa de ar frio começaria a perder força.
O oitavo mês do ano trouxe a notícia de um período sem chuvas. A Capital, assim como outras cidades do estado, ficou em alerta para a baixa umidade do ar, que podia chegar a 20%.
Os impactos do tempo seco foram sentidos nos postos de saúde de Campo Grande. Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), foi possível notar um aumento no número de atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios durante o período de estiagem.
Dando continuidade à onda de calor, em setembro, a Capital bateu o recorde de temperatura mais elevada, alcançado a máxima de 40,2°C, com sensação térmica de 43°C.
No mês de outubro, a equipe do Jornal Midiamax voltou a calçar as botas de borracha para mais uma pauta de chuva. Enquanto muitos esperavam o clima fechar para amenizar o calor, os moradores da Favela do Mandela entravam em desespero e até perdiam o sono com medo do próximo temporal.
Já desceu enxurradas tão fortes, que tive que tirar até quatro baldes de lama de dentro do banheiro, que é do lado de fora de casa. A construção é mais ao fundo da favela e dá medo. Parece uma barragem. A velocidade da lama quando desce, arrebenta o barraco” afirmou a moradora, Helen Pereira, de 18 anos.
Voltando para Dourados, em novembro, o jornal Midiamax registrou a queda de 85 árvores em um período de 15 dias. Enquanto ainda se recuperava do temporal que atingiu a cidade no dia 26 de outubro e que causou a queda de 60 árvores espalhadas em vários pontos da cidade, levando o munícipio a decretar situação de emergência, Dourados foi novamente atingida. Com fortes ventos e uma chuva rápida mas intensa acabaram derrubando mais 25 árvores. Dessa vez a região central da cidade foi mais atingida.
E no último mês do ano, Renato Ribeiro, que é astrônomo amador em Anaurilândia, a 373 km de Campo Grande, foi um dos poucos que conseguiu registrar o eclipse solar. Em outras cidades do Estado, a visualização do eclipse foi atrapalhada por tempo fechado, como foi o caso da cidade morena.
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