Ao participar na tarde desta quarta-feira, dia 16 de agosto, da abertura do 1º Fórum Pontes Pantaneiras, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, reiterou o compromisso com o desenvolvimento sustentável do Pantanal e declarou que o evento acontece num momento extremamente oportuno para o estado, que discute uma legislação específica para o bioma.
"O evento também propõe um diálogo e pontes entre diferentes percepções e entendimentos em relação ao bioma Pantanal, não apenas sob a dimensão ambiental, mas pelo aspecto social, econômico, terrritorial e na construção de convicções e convergências, para que possamos sair com o melhor produto possível desta discussão em forma de lei e que garanta ao bioma uma atividade de maneira responsável", destacou.
No discurso de abertura, Riedel disse que o Pantanal traz uma referência cultural para o estado. "São 300 anos de atividade pecuária, e foi neste ambiente que conseguiram manter 80% de preservação do bioma. Estamos diante de um novo momento econômico e social, no qual o meio ambiente também faz parte desta agenda como prioridade para qualquer ente público no Brasil e no mundo inteiro", pontuou.
Para uma plateia composta por pesquisadores, professores, servidores de órgãos ambientais, estudantes e organizadores do evento, o chefe do executivo estadual reiterou que a discussão de um novo modelo sustentável para o Pantanal irá acontecer na Assembleia Legislativa.
O 1º Fórum Pontes Pantaneiras, que acontece em Campo Grande até sexta-feira (18), tem como propósito discutir e dar visibilidade aos casos de sucesso no uso sustentável do ecossistema e também discutir soluções para os desafios da região. ´Participam do evento proprietários rurais, comunidades tradicionais, empresários, investidores, artistas, produtores culturais, agentes de turismo, cientistas, organizações não-governamentais, setores públicos estaduais e federal, acadêmicos, educadores, imprensa, povos indígenas e o público em geral.
Para a coordenadora-geral do Fórum Pontes Pantaneiras, Cristina Tófoli, é uma oportunidade de integração das diversas comunidades pantaneiras e de fortalecimento da cooperação como forma de proteger o capital natural local e reforçar o desenvolvimento sustentável. "O Fórum foi pensado como oportunidade de reunir atores interessados na conservação e no desenvolvimento sustentável, reforçando a esperança dos pantaneiros, e principalmente, exaltando a cultura e a natureza do Pantanal".
Em seu pronunciamento, o cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, David Hodge, registrou que o governo norte-americano reconhece que o Brasil desempenha um papel ímpar e determinante na abordagem da mudança climática global. "Em fevereiro deste ano, os governos dos Estados Unidos e do Brasil reafirmaram o compromisso de priorizar questões relativas às mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e transição às energias renováveis, e com a promoção à diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade com um plano de ação conjunto contra a discriminação étnico racial", enfatizou. O governo norte-americano apoia o evento por intermédio da sua embaixada no Brasil.
Já o superintendente federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul, José Antônio Roldão, parabenizou a iniciativa e disse que a pasta está à disposição dos debates.
O coordenador-geral de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ronaldo Morato, lembrou de suas origens no Mato Grosso do Sul e que o evento possibilita falar sobre o modo de vida da mulher e do homem pantaneiro.
Pontes Pantaneiras
O Pontes Pantaneiras consolidas articulações iniciadas em 2018 durante o workshop “Desenvolvimento de uma Rede de Conservação do Pantanal”, realizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), na capital, é uma realização do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), entidade dedicada à conservação da biodiversidade em bases científicas. Atua em pesquisas, formação de profissionais, educação ambiental e programas de geração de renda e negócios sustentáveis que ampliem a responsabilidade socioambiental de comunidades, empresários e formadores de opinião.
O I Fórum Pontes Pantaneiras ainda conta com a parceria da Embrapa, Instituto Smithsonian Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CENAP/ICMBio) e Universidade Colégio de Londres (UCL).
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