A cidade do Rio de Janeiro, no Brasil,  se tornará, em 2020, a Capital Mundial da Arquitetura. Um projeto entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a União Internacional de Arquitetos (UIA), escolheu a capital fluminense como primeiro centro do debate mundial sobre sustentabilidade e urbanismo, e deverá levar às comunidades um diálogo claro e necessário sobre o tema. 
A cerimônia de entrega do título aconteceu no dia 17 de janeiro, na sede da Unesco, em Paris, na França. Estiveram presentes no evento a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay; a secretária de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação do Rio, Verena Andreatta; o presidente da UIA, Thomas Vonier; o presidente do Comitê Executivo do Congresso Mundial de Arquitetos UIA2020Rio, Sérgio Magalhães; e o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Nivaldo Andrade. 

“O Rio é uma fusão admirável entre natureza e cultura, sua arquitetura antiga e moderna, o resultado de uma criação inovadora desde meados do século XIX, o que a torna um lugar de beleza excepcional que conquistou a admiração de muitos autores, intelectuais e viajantes de todo o mundo". Disse o subdiretor-geral para a Cultura da UNESCO, Ernesto Ottone, durante o evento em Paris. Além disso, "é um exemplo bem-sucedido de revitalização do centro histórico urbano, de um espaço público aberto a todos", declarou ele sobre a escolha do Rio, terceira maior cidade da América Latina.

O projeto para indicação das capitais mundiais de arquitetura foi consolidado em novembro de 2018, em decisão conjunta ente Unesco e UIA. "A ambição desta iniciativa é favorecer novas sinergias entre cultura e arquitetura para que se convertam em um polo de ideias sobre cultura, ciência, meio ambiente e desenvolvimento em geral", disse Ottone. "É uma oportunidade para unir nossos esforços e deixar, especialmente para as gerações futuras, cidades que sejam uma realização humana e cultural capazes de construir um futuro", concluiu. 

"O Rio tem todos os atributos para ser uma maravilhosa primeira capital mundial da arquitetura", afirmou o presidente da UIA, Thomas Vonier. "Que melhor cidade do que o Rio para destacar os desafios que enfrentamos em nossa sociedade e em nossas cidades com uma população crescente, jovem, que tem muitas necessidades, e com muita gente vivendo em condições difíceis? A arquitetura e o design urbano podem atender a esses desafios ao mesmo tempo em que protege o maravilhoso legado e o meio ambiente?", considerou.

Ainda segundo Vonier, é através da arquitetura que os espaços urbanos do futuro devem ser repensados: "Nós vemos este programa como uma forma de demonstrar o poder da arquitetura para enfrentar os graves problemas do mundo, em particular as cidades. Queremos demonstrar como os arquitetos e a arquitetura podem nos ajudar a lutar com os sérios problemas do meio ambiente e das necessidades humanas em todo o mundo.”

Durante o ano de 2020, o Rio de Janeiro será o ponto de encontro de arquitetos, planejadores e gestores de políticas urbanas de todo o mundo, além de artistas e escritores, que terão como missão refletir sobre "os prementes desafios globais da perspectiva da cultura, do patrimônio cultural, do planejamento urbano e da arquitetura". Com a designação da Unesco o Rio fica responsável também pela organização do Congresso Mundial da União Internacional dos Arquitetos, com data prevista para 19 a 26 de julho de 2020.

Marcelo Crivella disse, em mensagem, que confirma o compromisso da cidade e das autoridades locais "de transformar o ano de 2020 em um marco na história cultural da cidade". “Além da visibilidade internacional, teremos a oportunidade de ampliar a relação de pertencimento dos moradores da nossa cidade com o seu patrimônio histórico e arquitetônico, difundindo e preservando esse acervo”, comcluiu.

Em 2012, a Unesco já havia concedido ao Rio de Janeiro o título de Patrimônio Cultural Mundial, na categoria Paisagem Urbana. “Apesar de relativamente nova, a cidade já deixou valiosas referências na história da arquitetura. Ao longo de seus poucos séculos, passou por transformações substanciais, de grande magnitude, com técnicas complexas da engenharia e do urbanismo contemporâneos. Poucas cidades tiveram alteração tão expressiva em sua topografia original. Temos uma mescla eclética de estilos arquitetônicos e paisagem urbana reverenciada pelo mundo por suas condições naturais. O título de Capital Mundial da Arquitetura é a justa condecoração desta história", afirmou Verena Andreatta, Secretária de Urbanismo da cidade.