Acostumada a organizar desde os pequenos detalhes das festas dos seus clientes, Marielle Moura, 28, decoradora, começou a planejar o chá de bebê do primeiro filho no início da gestação. Ela e o marido, André Moura, 30, tinham muitas expectativas para recepcionar os parentes e celebrar a chegada do pequeno Petrus Henrique, marcada para julho.

Entretanto, por causa da pandemia, os planos tiveram que ser adiados, visto que Marielle é do grupo de risco por estar grávida. Afastada das atividades diárias, por conta do momento, os dias em casa eram mais tristes, afinal, parte do sonho teve que ser deixado para trás. 

Muito emocionada, a mãe de primeira viagem conta que no começo ainda pensou que o cenário da doença iria mudar e que ela conseguiria retornar aos planos, porém isso não aconteceu. O chá de bebê foi cancelado e vieram dias de frustração.

No telefone com a reportagem do Dourados News, com a voz embargada pelo choro, ela lembra que falava ao marido, “eu trabalho com isso, eu organizo e faço a festa de todo mundo e a do meu filho não vou fazer?”. O marido tentava acalmá-la.

Entretanto, no dia 9 de maio, o casal que mora na Rua José de Alencar, na Vila Esperança, teve uma surpresa, organizada pela cunhada da gestante. Ingrid Souza, irmã de André, resolveu fazer o chá de bebê drive-thru para os novos pais.

Ao som de buzinas, com balões e cartazes nas janelas, cerca de 10 carros de amigos e familiares passaram pelo local, levando presentes e o mais importante para a mãe, “eles estavam celebrando a vida do meu filho. Isso foi o mais emocionante e o que queríamos desde o princípio”, explica Marielle.

De acordo com Ingrid, ela buscou a inspiração nas redes sociais para tentar alegrar o dia do irmão e da cunhada. “Durante a semana ela estava triste por toda a situação e esse foi um jeito de não deixarmos passar em branco esse momento tão especial”, diz a cunhada. 

Ingrid ainda relatou que os presentes foram deixados no carro da mãe de Marielle para que os convidados tivessem o mínimo de contato com a grávida, devido ao coronavírus.

Segundo a gestante, é difícil resumir o momento em palavras, “quando eu vi as pessoas chegando, já comecei a chorar, porque a gente se sentir amado é uma coisa, mas sentirmos que o nosso filho é amado, é muito melhor. Só sinto gratidão”, relata ela, emocionada.

Para finalizar, a mãe de primeira viagem conta que a fé tem ajudado passar por esse período turbulento e espera que outras mulheres que estão na mesma situação tenham esperança de dias melhores.

“No meio de uma pandemia é normal às mães estarem preocupadas, mas tudo acontece conforme a vontade de Deus. Talvez, se eu tivesse feito o meu chá de bebê, eu não teria sentido tanto amor quanto senti dessa forma”, finaliza Marielle.