“Uma das coisas mais preciosas da vida é contar com pessoas ao nosso redor. Ficar isolados não faz bem para ninguém, ainda mais num momento tão esperado para ser compartilhado como este”. A afirmação é de Sebastian Gabriel da Costa Ferreira, 23, analista administrativo, pai de primeira viagem. Levi, nasceu na segunda-feira (27).

Ele e a esposa Amanda Souza Teixeira, 23, dentista, vivem a experiência do primeiro filho, em uma época em que o distanciamento social, medida de proteção contra o Coronavírus, traz alterações em algumas situações que antes eram corriqueiras neste momento.

“Esperávamos ter os amigos e familiares por perto, mas não está sendo possível e eu e minha esposa estamos sentido bastante com isso”, conta.

O hospital que o casal planejava ocorrer o nascimento do primogênito foi alterado nos últimos dias. O analista conta que a sugestão foi da médica que acompanhava o casal, já que a unidade atendeu caso de Coronavírus.

Pouco depois das 8h30 da segunda-feira, quando Levi veio ao mundo, a avó estava na unidade hospitalar para visitá-lo, porém não foi possível, já que outra medida que tem sido adotada visando a proteção dos recém-nascidos é o impedimento das visitas.

“Ela chorou com esta situação. Foi um ‘baque’ para nós”, comenta.

“Foi triste para nós não ter o chá, mas entendemos que o momento exige. Tive que cancelar fornecedores e já havia comprado material, mas tudo mudou”, conta ao citar que o desejo da família é fazer uma celebração parecida quando for possível, como um “chá de boas vindas” para Levi.

O pai conta que Amanda foi liberada para casa 24 horas após ter o bebê, sendo que foi informado à eles que a espera era anteriormente a pandemia, um total de 48 horas.

Mostrar ao mundo

“Quando estamos esperando o bebê, a primeira coisa que pensamos é que ele venha saudável e lindo para então sairmos mostrando o rostinho dele para todo mundo e agora não podemos aproveitar muito esse momento inicial da maternidade”.

A afirmação é de Iglésia Balbino Gomes, 35, auxiliar adiminstrativo. Lucas nasceu no sábado 25 de abril e a mãe de primeira viagem precisou mudar alguns dos planos.

Junto ao pai Fabiano de Oliveira Gomes, 31, supervisor, a decisão foi que reunir a família e fazer um churrasco para celebrar a chegada do bebê ficará para quando a pandemia passar.

Semelhante a Amanda, Iglésia conta que também recebeu alta após a cesárea, em 24 horas, e o processo pós-cirúrgico não está sendo fácil.

“Tenho tido muita dor, mas a orientação é que não fiquemos indo muito ao hospital pelo risco de doenças, vou esperar melhorar, só vou mesmo se não tiver outro jeito”, comenta.

Uma preocupação da mãe é referente aos exames do bebê, que devido a liberação para casa, em menor tempo, não foram todos realizados.

Consultas restritas 

Larissa Dias Nelvo, 20, ganhou Luan Miguel no dia 26 de março, e também precisa aguardar por mais tempo os exames iniciais do bebê. Ela conta que ainda não pôde conferir junto a equipe médica o teste do ouvidinho e da língua, pois as consultas estão sendo bastante restritas.

“Fico preocupada, não sabemos se está tudo bem nestes exames. O posto de saúde nos orientou esperar para consultar”, disse.

A jovem diz também sentir falta de pessoas por perto para curtir a chegada do bebê, mas tem respeitado o isolamento, para prezar pela saúde da família.

Diferente do que a mãe e o pai Alisson Dias Nelvo, 20, tinham planejado, o primeiro mesversário de Luan Miguel foi bem “fechado”.

“Teve um bolinho, mas só para nós de casa. Não vejo a hora de poder fazer merversário, chamar amigos, parentes. Esperamos tanto por isso”,diz.