Fique em casa. O apelo recorrente aos cidadãos é feito pelas redes sociais da maioria dos senadores, que perceberam a importância de divulgar dados confiáveis e recomendações respaldadas por médicos e pela comunidade científica para enfrentamento à pandemia da covid-19.
Grande número de parlamentares vem pedindo aos cidadãos que respeitem as quarentenas impostas pelos governadores e prefeitos por todo o Brasil.
No domingo (29), a senadora Kátia Abreu (PP-TO) publicou que seu filho do meio, Iratã, 34 anos, contraiu o novo coronavírus e está isolado, em monitoramento.
Ela defende que a população permaneça recolhida em suas residências tanto quanto possível como forma mais eficiente de diminuir a curva de contágio da doença e atenuar a pressão sobre o sistema de saúde, que corre risco de entrar em colapso caso haja excesso de pessoas demandando cuidado intensivo simultaneamente.
"Reafirmo meu pedido para que todos fiquem em casa", afirmou, via Twitter. Kátia também é mãe do senador Irajá (PSD-TO) e de Iana.
Kátia Abreu também citou dados divulgados pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que cada pessoa contaminada em isolamento social pode contagiar até duas pessoas, mas fora do isolamento pode transmitir o vírus a, pelo menos, outras seis.
Para ela, isso demonstra o quanto é essencial a população não sair de casa e ter "responsabilidade com o próximo".
"A humanidade precisa perceber que o momento é de solidariedade e pensarmos no coletivo. Estamos no mesmo barco", ponderou.
Outro que apela pela permanência da população em seus lares de forma ostensiva nas redes sociais é o senador Humberto Costa (PT-PE).
"Hoje é segunda. É dia de a gente reacender a esperança e pensar na gente e em quem a gente ama. É botar a cabeça pra rodar pra coisa funcionar. Siga as regras da quarentena. O Brasil não vai parar. E ninguém precisa morrer. Boa semana com música pra tocar no juízo. #fiquememcasa", escreveu no Twitter.
O senador Major Olímpio (PSL-SP) também defende a quarentena para "preservar vidas".
"O ministro @lhmandetta defende o isolamento. Como ir contra as indicações desse médico que está fazendo um brilhante trabalho pela população brasileira? SE PUDER, fique em casa!", tuitou.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) se disse preocupada com a subnotificação dos novos casos de covid-19, que possa passar à população a ideia de que o vírus não é tão perigoso, levando a um abrandamento da quarentena, a um relaxamento do isolamento. Ela pediu que mais testes de detecção sejam feitos e suplicou que a população permaneça reclusa.
"A SUBNOTIFICAÇÃO vai MATAR a quarentena. 22 mortes com ‘apenas’ 352 novos casos em 24h? Sem os números reais, a população não vai entender porque tem que FICAR EM CASA, correndo risco de perder emprego e, muitos, já com falta de comida. TESTE para TODOS URGENTE!", pediu, via Twitter.
O senador Weverton (PDT-MA) compartilhou artigo de sua autoria publicado na imprensa maranhense em que defende a importância do isolamento social para ajudar as autoridades a combaterem a covid-19.
"O momento é de priorizar vidas. A economia a gente ajeita depois", opinou.
Ao lembrar das estatísticas com as curvas de contaminação que apontam abril e maio como o pico da doença no país, o senador Carlos Viana (PSD-MG) pediu que o isolamento social seja especialmente cumprido nesta semana, considerada crítica para o contágio.
"Tenho visto uma pressão muito grande para a reabertura do comércio na RMBH [Região Metropolitana de Belo Horizonte] já na próxima semana.
É FUNDAMENTAL manter isolamento entre 30 de março e 5 de abril. Todos os gráficos mostram ser o período MAIS CRÍTICO no contágio da população após confirmação do primeiro caso. #fiqueemcasa", disse via Twitter.
"Projeta a si mesmo, proteja a sua família, fique em casa! Nós do Progressistas continuamos empenhados em garantir todo o cuidado aos brasileiros no combate ao coronavírus. #FiqueEmCasa", disse o senador Ciro Nogueira (PP-PI)
O senador Angelo Coronel (PSD-BA), que divulga em suas redes o próprio isolamento ao lado de sua mulher, Eleusa, tem compartilhado vários tuítes de jornalistas, especialistas e outros políticos defendendo a restrição de circulação.
Ele também criticou o modo como o presidente Jair Bolsonaro tem enfrentado a crise e estimulado a população a sair de casa.
"Do jeito que o presidente Bolsonaro quer conduzir a crise, em breve irão surgir novos milionários no Brasil. Os FABRICANTES DE CAIXÃO e os donos de FUNERÁRIA", tuitou.
O temor de parcela da população, especialmente dos trabalhadores informais, que tiram seu sustento da prestação de serviços que não estão sendo contratados durante a pandemia, é não ter dinheiro para comer.
Por isso, senadores como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendem pagamento de uma renda básica a essas pessoas, além de outros estímulos financeiros e fiscais, para que possam permanecer em suas residências.
"Outros países já estão efetivando medidas, dando suporte para que o povo fique em casa! O isolamento social é a melhor saída e o Estado tem que garantir às famílias a possibilidade de se isolar! É o básico! Vamos lutar pela aprovação! #RendaBasicaJa", defendeu.
O senador Irajá (PSD-TO) também endossa a ideia.
"Ampliar a rede de proteção social é o mínimo que podemos fazer para proteger nossa população!", tuitou.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) demonstrou nas redes seu apoio a propostas que garantam renda à população, às empresas e aos estados e municípios, para que, assim, possam estimular a restrição de circulação.
"Combater o coronavírus é obrigação de todos. O senador Jean Paul propõe e apoia projetos para garantir recursos para que estados e municípios possam enfrentar a crise. #Fiqueemcasa", escreveu no Twitter.
Alguns senadores têm pedido equilíbrio para evitar que a permanência dos brasileiros em casa para evitar o colapso da saúde leve a outro colapso, da economia.
O senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ) tuitou reportagens com declarações de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, sobre a necessidade de não deixar a economia quebrar e de fazer o isolamento vertical, ou seja, de grupos de risco, de pessoas com doenças crônicas e de idosos acima de 65 anos.
Flávio também compartilhou tuíte do presidente afirmando que o uso do medicamento cloroquina é eficaz no combate à doença e pode ser uma solução para os trabalhadores voltarem a seus empregos e preservarem suas próprias vidas.
Os estudos sobre o uso do medicamento ainda não foram conclusivos: há sucessos em alguns casos, mas também há mortes de pessoas que fizeram uso do medicamento e mesmo assim padeceram com a covid-19.
O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) elogiou a ida do presidente Jair Bolsonaro ao comércio de Brasília, no domingo (29), o que considerou coerente.
Bolsonaro defende que a população volte a trabalhar normalmente, com isolamento apenas de idosos e doentes crônicos.
"O Presidente @jairbolsonaro, coerente com sua estratégia e honestidade intelectual, fez uma visita aos comércios de Ceilândia e Tabatinga [Taguatinga], em Brasília.
Os esquerdopatas entraram em pânico, percebem que o caos que pregam não atemoriza o governo, mas fortalece sua liderança."
O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) pregou, em uma série de tuítes, um equilíbrio ideal — e difícil de alcançar — entre o retorno ao trabalho e a preservação da saúde coletiva.
"Tem empresas que não têm tanta saúde financeira e já tiveram de demitir de imediato seus funcionários. Precisam de socorro urgente. Tudo na vida tem de ter equilíbrio. Não apoio as grandes aglomerações. Até pedi para as igrejas fecharem.
Mas em alguns casos eu acho que os governos poderiam ter sido mais flexíveis, para que as pessoas não ficassem desempregadas. Temos as áreas essenciais.
Quem pode trabalhar em casa é ótimo, mas temos atividades que não podem parar. Saúde, alimentação, transporte. E devido a alguns exageros, as pessoas entraram em pânico", disse no Twitter.
Apelo semelhante foi divulgado pelo senador Esperidião Amin (PP-SC).
"Preocupação com emprego! É preciso avaliar formas de retomar atividades com o menor risco. A construção civil é a base da retomada urbana, assim como a agroindústria é o termômetro da agricultura. Todos estamos admirados com a conversão do Pacaembu e do Anhembi em hospitais.", disse.
Os parlamentares se solidarizaram com Kátia Abreu nesse momento difícil e de incertezas quanto às consequências da doença que acometeu seu filho e, até a manhã desta segunda-feira (30), quase cinco mil outros brasileiros.
"Estaremos em oração pela rápida recuperação do Iratã", disse o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
"Kátia, minha amiga, que Deus continue dando serenidade e forças para você e toda sua família. Desejo melhoras a Iratã, ele é forte e daqui alguns dias estará curado, com a graça de Deus", afirmou o senador Weverton (PDT-MA).
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