09/04/2018 09h18 - DouradosAgora
Suspensa a reintegração de posse em duas áreas - Jeroky Guasu e Gapo’y - que fazem parte das fazendas Santa Maria e Novilho, onde vivem guarani-kaiowás, há quase dois anos.
A liminar foi suspensa pelo Superior Tribunal Federal (STF) após pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai) que apela pela segurança das comunidades tradicionais indígenas e alerta para risco iminente de conflitos.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também manifesta extrema preocupação com os potenciais desdobramentos dos despejos anunciados para hoje, na região do "Massacre de Caarapó", ocorrido em 2016.
Os Guarani e Kaiowá entendem que "a terra é propriedade deles e anunciaram disposição de morrer na luta pela sua reconquista e proteção contra as agressões de fazendeiros da região", informa o Cimi.
Conforme o coordenador da Funai em Dourados, Fernando Souza, o pedido de liminar para suspender o mandado de reintegração estava na mesa da ministra Cármem Lúcia, presidente do STF. Ela teria assinado o documento durante a madrugada.
Na última sexta-feira, o delegado Luiz Carlos Porto disse em entrevista à jornalista Valéria Araújo que foram feitas quatro tentativas de diálogos para a saída pacífica da comunidade. "Nós apontamos áreas já ocupadas e que não são objeto do mandado judicial e que poderiam ser o destino dessas famílias, que poderiam continuar discutindo o processo na Justiça e apresentando as provas de que seus antepassados residiam na área em disputa. Todas as vezes que estivemos em contato com a comunidade, ela se mostrou sensível a obrigação da PF de cumprir a ordem judicial de reintegração de posse, mas a decisão da comunidade firmada em Aty Guassu é a de que vão se manter irredutíveis", destacou Porto.
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