Alvo de mandados de busca e apreensão pela PF (Polícia Federal), a candidatura a deputada estadual na eleição do ano passado, Gilsienny Arce Munhoz, a Gilsy Arce (PRB), foi financiada em 100% por dois fundos abastecidos por recursos do Orçamento da União, ou seja, dinheiro público. O total arrecadado foi de R$ 761.589,50. Ela é investigada pelo Ministério Público Eleitoral por fraude na prestação de contas da campanha.
Do recebido por ela, 93,42% foram recebidos do FEFC (Fundo Especial de Financiamento de Campanha) e 6,56% do Fundo Partidário, conforme o DivulgaCand, ferramenta pública onde são divulgados todos os dados ao longo da campanha.
Conforme o Campo Grande News, Gilsy Arce, informou gastos de R$ 759.996,60 e obteve 491 votos. A suspeita de falsidade ideológica na prestação de contas é investigada em procedimento investigatório criminal. Foram ouvidos fornecedores que confirmaram ter emitido nota fiscal com valor a maior e devolvido parte do dinheiro.
A PF foi às residências e Gilsienny e de Edson Bobadilha, que coordenou a campanha da candidata, com pagamento de R$ 53,9 mil, terceira maior despesa durante a corrida eleitoral. Os mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande.
De acordo com o advogado Ronaldo Franco, que atua na defesa de Gilsy Arce e Edson Bobadilha, a ex-candidata não estava em casa e nada foi levado do imóvel. O ex-coordenador teve o celular apreendido.
Ainda de acordo com o Campo Grande News, a defesa nega irregularidades na prestação de contas e aponta que os dois ainda não prestaram depoimento ao Ministério Público Eleitoral. “Se olhar no Facebook, você vê que ela fez campanha e refutamos a tese de tantos mil reais e tantos votos. Dinheiro não é para comprar votos”, afirma Ronaldo Franco.
Os maiores gastos da campanha foram com pessoal, que correspondeu a 47,58% (R$ 361 mil). Além de Edson, outras seis pessoas com sobrenome Bobadilha aparecem na lista de despesas da candidata. Todas atuaram como cabo eleitoral.
Gilsienny é servidora do Estado e ocupa a função de gestora de ações sociais, pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho).
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