O presidente da República, Michel Temer, ofereceu na noite desta quarta-feira (22) um jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília, a deputados da base aliada em uma tentativa de angariar apoio para aprovar na Câmara a reforma da Previdência.
Entre os presentes estavam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os ministros Dyogo Oliveira (Planejamento), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Leonardo Picciani (Esporte).
O governo federal precisou desidratar a proposta original, que sofreu resistência entre os partidos aliados. As mudanças nas regras para a aposentadoria são consideradas polêmicas para serem aprovadas em ano eleitoral.
Por se tratar de uma mudança na Constituição, precisará receber o aval de pelo menos 308 deputados em dois turnos de votação na Câmara e depois em dois turnos no Senado.
Por volta das 20h30, o movimento de carros se intensificou na porta do Alvorada. O presidente, porém, só chegou ao local por volta das 21h30. Isso porque, antes, se reuniu no Palácio do Planalto com prefeitos.
Após o jantar, o relator da matéria, deputado Arthur Maia (PPS-BA), irá dar uma entrevista à imprensa detalhando o teor do novo texto.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou que o tempo mínimo de contribuição para que um trabalhador possa se aposentar diminuiu de 25 anos - da proposta de reforma anterior - para 15 anos no novo texto da reforma da Previdência.
Além disso, não serão mais afetados os trabalhadores rurais, para quem as regras vão permanecer como são atualmente.
A avaliação geral, tanto no governo quanto no Congresso, é que ainda não há votos suficientes para aprovar a reforma.
Em uma tentativa de obter o aval das legendas do Centrão, Temer deu posse nesta quarta o deputado Alexandre Baldy (sem partido-GO), integrante do grupo, para o Ministério das Cidades. Ele foi para o lugar de Bruno Araújo (PSDB-PE), que deixou o cargo diante da divisão interna do PSDB em relação ao governo.
Havia ainda a expectativa de que Temer fizesse outra troca ministerial, com a nomeação outro deputado para a Secretaria de Governo, mas acabou recuando.
Texto original
O projeto inicial da pasta previa uma economia nos gastos com aposentadorias de pouco menos de R$ 800 bilhões em 10 anos, e a proposta aprovada em maio deste ano na comissão especial representava 75% daquela originalmente enviada ao Congresso.
Ou seja, se a nova Previdência for aprovada e representar 60% da original, a economia será de pouco menos de R$ 480 bilhões em uma década, ou R$ 320 bilhões a menos do que o previsto inicialmente.
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