O presidente Michel Temer (PMDB) voltou a defender em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11) a construção de presídios como solução para a crise do sistema penitenciário brasileiro.
"Meu desejo é de que daqui alguns anos não haja necessidade de anunciar a construção de presídios, mas só escolas e postos de saúde. Mas o Brasil ainda tem um longo caminho para este efeito", disse o presidente.
"No momento, a realidade que nós vivemos exige, naturalmente, a construção de presídios", afirmou Temer. A ideia de construir novos presídios já foi anunciada anteriormente pelo peemedebista.
Entretanto, a expectativa é de que os recursos disponibilizados resultem na construção de apenas cinco novas penitenciárias , aumentando o número de vagas em cerca de 5 mil.
Esse número representa apenas 0,4% do déficit atual de vagas no sistema carcerário. De acordo com o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), 251 mil presidiários brasileiros estão "sobrando" nas penitenciárias, que suportam apenas 371 mil dos 622 mil detentos.
Temer voltou a falar da briga de facções nos presídios, chamando as ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) e da FDN (Família do Norte) de "matanças pavorosas".
"Estas organizações criminosas, PCC, Família do Norte, etc constituem-se quase, digamos, numa regra jurídica, numa regra de direito fora do Estado. [...] Quando fazem aquela pavorosa matança, o fazem baseado em códigos próprios", disse Temer.
"Está é uma questão que ultrapassa os limites da segurança para preocupar a nação como um todo", declarou o presidente na entrevista, logo antes do início de uma reunião como núcleo de infraestrutura do governo.
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