OPERAÇÃO HORUS

Traficantes e contrabandistas perderam R$ 902 milhões em Mato Grosso do Sul

Ação coordenada do Ministério da Justiça com polícias federais e estaduais resultou em recorde de apreensões de drogas, armas e cigarros

- Correio do Estado - Correio do Estado

A atuação conjunta das polícias federais e estaduais em Mato Grosso do Sul em 2020 resultou em um prejuízo de R$ 902,4 milhões aos criminosos durante todo o ano passado.  

O último ano foi repleto de recordes no setor da segurança pública: nem a pandemia de Covid-19, que em tese deveria reduzir a circulação de pessoas e de mercadorias, impediu que o volume de apreensões atingisse patamares históricos.  

O prejuízo calculado pelo Ministério da Justiça, que organiza o Programa Vigia, leva em consideração toda a complexidade das quadrilhas, que atuam majoritariamente no tráfico de drogas e no contrabando de cigarros e armas.

No que se refere ao tráfico de drogas, durante todo o ano passado, as polícias Civil e Militar, o Departamento de Operações de Fronteira e as polícias Federal e Rodoviária Federal apreenderam quase 545 toneladas de drogas.  

O mês recordista de apreensões foi agosto, quando os policiais retiveram 92,7 toneladas de drogas. A maioria das drogas contabilizadas é de maconha, e foi em agosto do ano passado quando o DOF executou a maior apreensão de droga da história do Brasil.  

Uma carreta bitrem, flagrada na zona rural de Maracaju, transportava nada menos que 33 toneladas de maconha.

Em 2020, também houve a maior apreensão de maconha da história das polícias Rodoviária Federal e Federal. Foram 28 toneladas apreendidas perto da cidade de Iguatemi, no mês de maio. Neste mês, foram 60,9 toneladas de drogas apreendidas.  

Cigarros

Além das drogas, as apreensões de cigarros também contribuíram para os números expressivos do Programa Vigia, por meio da Operação Hórus. Em todo o ano de 2020, foram apreendidos 25.391.039 maços de cigarro contrabandeados do Paraguai.  

Mato Grosso do Sul e o outro estado fronteiriço com o Paraguai, o Paraná, são os principais corredores de entrada do cigarro contrabandeado no Brasil.

Por tratar-se de um crime com pena inferior à do tráfico, conforme policiais ouvidos pelo Correio do Estado, os contrabandistas contam com a baixa reprovação (ou mesmo com o silêncio pela intimidação) da população das pequenas cidades da fronteira para criar as rotas.  

Uma rede extensa de suborno também existe, conforme comprovaram três grandes operações desencadeadas pela Polícia Federal e pelo Grupo de Apoio Especial na Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Há pelo menos seis oficiais da Polícia Militar réus por contrabando, além de policiais civis e rodoviários federais.  

Março do ano passado, mês que foi o auge das restrições de circulação por causa da pandemia, também foi o mês recordista em apreensões de cigarro: 4,1 milhões de maços.  

No balanço anual do Programa Vigia, o Ministério da Justiça também verificou o prejuízo evitado aos cofres públicos com os cigarros apreendidos: o total foi R$ 121,5 milhões.  

Entre traficantes e contrabandistas, foram presas 1.614 pessoas em flagrante por estes crimes no ano passado.  

Também em 2020, foram apreendidas 155 armas durante as fiscalizações.  

“A integração entre as diversas unidades que operam na região de fronteira, nas áreas operacionais e de inteligência teve um papel fundamental nos números atingidos no ano de 2020. Em todo o Estado, tivemos um incremento de aproximadamente 100% no número de operadores, que refletiu em um aumento muito significativo nas apreensões e prisões relativas aos crimes transnacionais”, afirmou Saulo Sanson, gerente nacional da Operação Hórus.

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