O clima esquentou durante uma manifestação de policiais na Esplanada dos Ministérios, na tarde desta terça-feira (18). Os manifestantes tentaram invadir o Congresso Nacional após serem barrados na chapelaria do prédio. A Polícia Legislativa usou bombas e spray de pimenta para conter a categoria. De acordo com a Polícia Militar, cerca de mil policiais participam do ato contra a reforma da Previdência.
Os manifestantes são de sindicatos da polícia civil, pelo menos, de cinco Estados: Minas Gerais, Ceará, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina. Durante a confusão, diversas vidraças foram quebradas. Eles usaram paus e cabos das bandeiras para quebrar as vidraças do prédio.
Depois do quebra-quebra na chapelaria, os policiais deram a volta no espelho d’água e subiram a rampa do Congresso para tentar invadir o Salão Negro. A tropa de choque da Polícia Legislativa conseguiu conter o grupo fora do prédio, evitando maiores danos ao patrimônio público.
O deputado Lincoln Portela (PRB-MG) disse que, pelo menos, seis policiais foram detidos. Segundo o parlamentar, seriam dois policiais rodoviários federais, dois federais e pelo menos dois policiais civis. O deputado afirmou ainda que um grupo foi recebido na liderança do governo, onde conversa neste momento com o relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA).
Portela disse também que o grupo está frustrado com a proposta, que chamou de "colcha de retalhos". O parlamentar afirmou que a categoria está há meses negociando, mas sem sucesso. "Estamos negociando há sete meses e não vemos nenhum retorno", declarou.
Em pronunciamento, o Presidente do Conselho Superior de Polícia Civil de Minas Gerais, Paulo Sérgio, informou que, em momento algum, tiveram a intenção de quebrar ou invadir o Congresso. "Nossa intenção era sermos recebidos pelos deputados. Tentamos ser pacíficos o tempo todo, só que eles simplesmente se recusaram a nos receber e ainda prenderam nossos colegas de trabalho. Chega de conversa, chega de desvalorizar a nossa classe. Queremos o nosso direito, queremos ser ouvidos. Então vamos lutar por isso".
Os policiais protestam contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que propõe alterações no sistema previdenciário nacional. A proposta deixa de reconhecer o trabalho policial como atividade de risco.
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