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Vacinação contra covid deve chegar antes para alguns campo-grandenses sortudos

Reino Unido começou a imunização dos grupos prioritários nesta terça-feira com a vacina Pfizer/ BioNTech

Carla, André a filha adolescente na Inglaterra. (Foto: Arquivo Pessoal) Carla, André a filha adolescente na Inglaterra. (Foto: Arquivo Pessoal)

A vacinação contra covid-19 deve chegar primeiro para alguns campo-grandenses bem longe da terra natal. O processo começou nesta terça-feira (8) no Reino Unido, primeiro país a iniciar a imunização em massa com a Pfizer/Biontech. Quem deixou Mato Grosso do Sul para viver na terra da rainha nunca imaginou ter tanta sorte e já aguarda ansiosos a liberação da vacina para todos, independente, da nacionalidade.

A estudante Carla Carminati, 34 anos, vive com o marido e a filha adolescente, todos naturais de Campo Grande. Há 1 ano e cinco meses na Inglaterra, ele diz sentir privilegiada em estar perto de voltar a vida normal com a liberação da vacina.

"Eles querem que a população volta a vida normal aqui até a Páscoa. Sem dúvida é um privilégio morar aqui, principalmente, por estarmos tão próximos a ter uma vida normal novamente. Eu irei tomar a vacina sim assim que liberarem", disse.

Em primeiro momento, a imunização está disponível para maiores de 80 anos, funcionários de saúde na linha de frente. Funcionários e moradores de casas de repouso também terão prioridade na primeira fase da vacinação da campanha no Reino Unido.

Segundo a imprensa britânica, o Reino Unido comprou 40 milhões de doses da vacina e como são duas doses por pessoa, serão imunizados 20 milhões de pessoas no país. Os que receberem as doses ganharão um cartão de comprovação e vão poder transitar livremente.

Na segunda fase, prevista para 2021, serão imunizados  britânicos com mais de 50 anos, além dos adultos com alguma doença pré-existente, mas para Carla e o marido só de saber que a vacinação começou já é uma esperança.

"Ainda não sabemos quando vamos nos vacinar, mas eles foram muito rápidos e eficientes. O programa começou hoje e por enquanto visa proteger os mais vulneráveis e mais expostos ao vírus. É um grande acontecimento", completou Carla.

O sentimento é compartilhado pelo marido, o engenheiro civil, André Loureiro, 39 anos, que agradece ter cidadania europeia e poder usufruir do sistema de saúde da Inglaterra.

"Somos privilegiados de termos também a  cidadania. Compartilho das mesmas expectativas da Carla sobre a vacina. Trabalho em uma empresa que faz testes periodicamente em todos os colaboradores e mantém as regras de distanciamento social", afirmou.

Será? - Também de Campo Grande, o chef de cozinha, Nélio Salles, 46 anos, vive na Inglaterra com a esposa há 20 anos, mas apesar da Universidade responsável pelo desenvolvimento da vacina ser muito conceituada, o casal ainda tem dúvidas quanto a  eficácia.

"Normalmente são necessários 10 anos ou mais para comprovar a eficácia de uma vacina. Enquanto essa foi feita em apenas 10 meses, mas estamos esperançosos e aguardamos resultados positivos. Caso confirmada a eficácia vamos ficar felizes de morar no país pioneiro", contou.

 Para ele a vacinação tinha que começar por algum lugar e apesar de enxergar de forma positiva ter começado pelo Reino Unido, acreditam que de certa forma estão sendo cobaias da pressão de outros países.

"Foi uma enorme pressão sofrida de todos os países para aprovarem a qualquer vacina disponibilizada e o Reino Unido pode estar assumindo um risco em ser o primeiro a autorizar. Por que os outros estão demorando tanto para dar essa autorização?", destacou.

Brasil - No Brasil o primeiro Estado a anunciar uma data prevista para a vacinação foi São Paulo que deve liberar as doses no dia 25 de janeiro. Foram compradas ao todo 46 milhões de unidades da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan e pela chinesa Sinovac.

Inclusive, hoje, o prefeito Marquinhos Trad (PSD), informou já estar em tratativas com o governo de São Paulo para comprar doses de vacina contra a covid-19. A intenção é comprar 200 mil doses da Coronavac.

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