Brasil

Vetos de Azambuja provocam rebeldia, divisão e ameaças na Assembleia

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) conseguiu manter quatro vetos a projetos de deputados na última sessão da Assembleia, mas abalou a base de sustentação dele. As votações externaram insatisfações e fragilizaram a relação de deputados, diante da infidelidade para defender o governo.

Onevan de Matos (PSDB), por exemplo, fez o que nem o PMDB fez. Ele votou contra Azambuja em dois projetos: No que obriga o governo a enviar correspondência informando sobre vencimento da Carteira Nacional de Habilitação, de autoria de Lídio Lopes (PEN), e do deputado Pedro Kemp (PT), que determinava a comprovação do depósito de FGTS e do INSS pelas empresas prestadoras de serviços contratadas pela administração pública estadual.

Ao comentar o projeto sobre FGTS e INSS o deputado lembrou de um frigorífico instalado em Naviraí, que fechou as portas e deixou vários trabalhadores em situação difícil. Flávio Kayatt (PSDB) também votou contra Azambuja, apoiando projeto que obriga o governo a informar sobre vencimento da CNH.

Lídio venceu no voto, por 11 a 9, mas teve o projeto vetado porque o regimento prevê que só 13 votos podem derrubar um veto. O deputado ficou revoltado com o fato da bancada do PMDB, com exceção de Marquinhos Trad, não ter lhe ajudado. “Vou me lembrar disso”, declarou ao líder do PMDB, Eduardo Rocha.

O peemedebista tentou justificar a votação para Lídio, que não se conformou. Em determinado momento da conversa, ao pé do ouvido, Lídio chegou a esbravejar: “Eu não estou nem ai para o Puccinelli (ex-governador André Puccinelli-PMDB)".

Lídio acabou provando do gosto amargo da base. Isso porque, minutos antes, não deu apoio ao projeto de Pedro Kemp. Ele foi a favor do veto do governo, mas em seguida foi a vez dele defender a derrubada do veto. Ao ocupar a tribuna ele criticou a Casa e ele mesmo, dizendo que o parecer do governo, mais precisamente da Procuradoria-Geral do Estado, tem sido mais valorizado do que da Casa.

As reclamações como as de Lídio Lopes são comuns na Assembleia, mas o fato é que os deputados continuam votando junto com o governo, justificando que são da base. Indagado sobre este problema com Lídio, Eduardo Rocha declarou que a bancada tinha feito compromisso de votar com o governo e não poderia mudar. “Fizemos nossa parte de base. Ele não pediu antes”, reclamou. Sobre a base votando contra, Eduardo evitou polêmica, mas lembrou que o governo passado tinha comando.

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