Exemplos

A força da mulher itaporanense que luta para sobreviver e leva dignidade para casa‏‏

Todos os dias dona Maria Deuszelite da Conceição de Jesus uma nordestina que chegou a Itaporã em 1956, acorda às cinco horas da manhã, prepara o seu café, arruma seu carrinho e inicia sua rotina de trabalho. Ela tem 76 anos, mora em Itaporã há 30 anos e há quatro ela exerce a função de catadora de materiais recicláveis no município. Dona Maria mora em casa própria e tem um filho.

Muito cedo ela ajeita o carrinho e prepara tudo para percorrer as ruas da cidade já que recolhe materiais recicláveis para complementar a renda da família. A reportagem do Itaporã Agora perguntou se ela pensa em parar de trabalhar, Dona Maria respondeu com serenidade “enquanto existir firmeza em minhas pernas continuarei fazendo o que mais gosto que é trabalhar, sinto-me feliz”, disse dona Maria com um brilho no olhar, e ainda acrescentou, “fiz grandes amizades”.

Hoje ela fatura mensalmente com os recicláveis em torno de R$ 640,00. Esse valor ajuda nas despesas da casa. Dona Maria não é aposentada e só recebe o benefício do LOAS que não é definitivo.

Nossa reportagem fez o percurso das ruas com dona Conceição que diz caminhar por cerca de cinco horas por dia, sendo três horas de manhã e duas a tarde. Com vigor e muito bom humor ela vai recolhendo papelão, sacolas plásticas, vidros e tudo o que se pode reciclar. Sua dedicação serve como exemplo para os mais novos e àqueles que vivem da mendicância podendo trabalhar. Com esse complemento de renda ela já conseguiu comprar quase tudo para sua casa; fogão, máquina de lavar, geladeira, armário e ainda mantêm suas contas sempre em dia.

Outra trabalhadora que também encontramos foi a dona Laura Gomes da Costa,72 anos que é aposentada, mas que trabalha há mais de dez anos catando materiais recicláveis nas ruas da cidade, “se eu ficar somente em casa sobrevivo com o que ganho com a aposentadoria, mas eu não consigo ficar parada”, disse Dona Laura.

Ela contou que vende o material para um terceiro e que recebe R$ 0,20 centavos o quilo do papelão que diz não ser muito, mas que ajuda em algumas despesas como roupa, calçados, etc. São exemplos fortes de guerreiras que lutam bravamente para sobreviver em meio às adversidades. Há muitas Marias e Lauras que estão invisíveis para a sociedade, mas que são merecedoras do mais profundo respeito. A força de mulheres que não medem esforços para mais do que levar o pão para casa, levar dignidade.

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