DOURADOS

Agressora de jornalista deve ter que pagar cestas básicas ou prestar serviços

A manifestante do MPPL (Movimento Popular pelo Passe Livre) que agrediu a repórter Thalyta Andrade, do Diário MS, durante cobertura da ocupação da Câmara de Dourados, deve ser condenada a prestação de serviços comunitários ou pagamento de cestas básicas.

Essa é a avaliação da delegada titular do 2º Distrito Policial, Magali Leite Cordeiro, que ouviu na manhã de ontem a acusada, uma jovem cujo primeiro nome é Caroline e se apresentou como cientista social. Segundo a delegada, a agressora se apresentou à polícia espontaneamente e prestou depoimento aparentando estar arrependida. Caroline teria dado uma versão rigorosamente igual à da jornalista, o que comprova a agressão, conforme Magali.

“Ela [agressora] prestou depoimento e apresentou a mesma versão da Thalyta [vítima], mas acreditando estar com a razão”, informou a titular do 2º DP. Conforme a jornalista, a manifestante lhe arrancou à força uma folha de seu bloco de anotações sob a alegação de que não queria ter suas falas publicadas. Isso aconteceu, ainda segundo Thalyta, no momento em que deixava o Palácio Jaguaribe, sede do Legislativo, em direção ao carro de reportagem, na segunda-feira.

Outras três integrantes do movimento acompanharam a agressora e cercaram a vítima. A delegada informou ainda que o Termo Circunstanciado de Ocorrência registrado no 2º DP referente à agressão, que aponta a ocorrência de ameaça (artigo 147 do Código Penal) e perturbação do trabalho ou do sossego alheios (artigo 42 do Decreto-Lei Nº 3.688/41), deve ser encaminhado ao Juizado Especial de Pequenas Causas nos próximos dias. Novas informações serão incorporadas à acusação, segundo a responsável pelo caso. “Ela [Caroline] deve ser condenada a pena pecuniária, que é o pagamento de cestas básicas ou a prestação de serviços comunitários”, avalia Magali, com base no depoimento prestado pela agressora e que confirma a acusação.

Ontem o MPPL publicou em sua página na internet uma nova versão para o ocorrido. Eles pediram desculpas “aos leitores de nossa página pela nota publicada ontem [quando acusaram a jornalista de agir com safadeza e o repórter fotográfico de ser mal intencionado], já que visivelmente ela foi movida pela emoção e o calor do momento”.

Além disso, os manifestantes reconheceram que uma integrante do movimento “abordou a jornalista e pediu a mesma para ser retirada a fala (sic)” de entrevista concedida anteriormente. Alegaram ainda que as duas conversaram de forma educada e que “tudo transcorreu na mais possível civilidade e, mesmo depois do pedido da pessoa entrevistada para que se retirasse a entrevista em questão não foi o que aconteceu (sic)”. Por fim, pedem “uma simples reflexão”, questionando se a “jornalista também não feriu o conceito de liberdade de expressão, já que a manifestante pediu educadamente a retirada da entrevista (sic)”. “Fica nosso pesar pelo ocorrido”, dizem.

A agressão sofrida pela jornalista Thalyta Andrade, do Diário MS, ganhou repercussão nacional ontem após publicação no Portal Imprensa. O site reproduziu as informações veiculadas por este matutino na edição de anteontem. “Thalyta Andrade, repórter do Diário MS, foi agredida, na tarde da última terça-feira (30/7), por manifestantes que ocuparam a Câmara de Dourados desde o dia 4.

do Diário MS

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