O ex-governador André Puccinelli (PMDB) saiu do prédio onde mora dentro de um carro da Polícia Federal, após os policiais entrarem com o veículo dentro da garagem do imóvel. Segundo o advogado de Puccinelli, Renê Siufi, o ex-governador está indo para a sede da Polícia Federal.
No entanto, informações confirmam a prisão de André.
"Já não tem mais o que apreender, já apreenderam tudo que já tinha que apreender. Só não sabemos se foi prisão ou não e, caso seja, vamos já entrar com habeas corpus", afirmou ele tentando despistar sobre uma possível prisão do ex-governador.
A prisão aconteceu após várias fases da operação Lama Asfáltica, onde o ex-governador e outros agentes políticos e empresários são investigados por suspeitas de desvios de recursos públicos por meio de pagamento de propinas e superfaturamento de obras e impressão de livros.
O advogado e professor universitário André Puccinelli Junior também seria um dos alvos de prisão, porém ainda não foi confirmado pela Polícia Federal, que apresentará mais informações em entrevista coletiva ás 10h.
Papirus de Lama
Além das prisões, são cumpridos pela Polícia Federal seis mandados de condução coercitiva, 24 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas. As medidas estão sendo cumpridas em Campo Grande, Nioaque, Aquidauana e São Paulo (SP), com a participação de mais de 300 Policiais Federais, servidores da CGU e servidores da Receita Federal.
Os prejuízos causados pela Organização Criminosa ao erário, levando em consideração as fraudes e as propinas pagas a integrantes da Organização Criminosa, passam dos R$ 235 milhões. O cálculo é da própria PF.
Conforme informações oficiais da Polícia Federal, a investigação tem como objetivo desbaratar Organização Criminosa que desviou recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina e corrupção de agentes públicos. Os recursos desviados passaram por processos elaborados de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro.
Esta nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores, cotejados com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas e, ainda, corroborados por depoimentos de colaboradores, os quais participaram do esquema delituoso. Este arcabouço probatório permitiu ratificar a linha investigativa adotada pela Força Tarefa acerca do modo de atuação da Organização Criminosa.
Comentários