conflito indígena

Após anúncio de "morte coletiva", TRF suspende reintegração em Japorã

CGNews

O presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª região, desembargador Newton De Lucca, suspendeu, no início da tarde desta terça-feira (17), a liminar de reintegração de posse das propriedades rurais de Japorã que estão ocupadas pelos índios guarani-kaiowá desde outubro deste ano.

Na semana passada, os indígenas afirmaram em carta que iriam resistir à reintegração e anunciaram até "morte coletiva". No total, a invasão foi em 14 áreas, sendo 7 fazendas e 7 propriedades menores.

“A comunidade recebe a notícia com bastante alegria, essa terra já é declarada como indígena, tem estudo de identificação, perícia judicial, estamos mais confortáveis agora”, afirma o advogado dos guarani-kaiowá, Luiz Henrique Eloy.

Segundo o advogado, a suspensão judicial é uma vitória para a comunidade indígena. “Caiu a liminar e vão ficar na posse, enquanto isso, o processo vai tramitar normalmente, até o final da demarcação, e os índios continuam lá, na terra que é deles”, pontua Eloy.

Na carta divulgada pelos índios, não havia menção a suicídio, mas à intenção de o grupo, estimado em 4 mil pessoas, ficar na terra até a morte. Os guaranis também explicam que deram início a um ritual religioso raro que diz respeito a despedida da vida da terra.

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