em busca de solidariedade

Após desocupação da Câmara, ‘catador’ fica sem local para dormir

do Dourados Agora

Há dois anos José Vieira de França, 59 anos, trabalha como catador de papel em Dourados. Desabrigado, ele aproveitava a ocupação da Câmara para passar a noite no local, em companhia dos estudantes membros do Movimento Popular pelo Passe Livre (MPPL). Entretanto, os manifestantes deixaram o plenário Weimar Gonçalves Torres nesta quinta-feira, e José voltou a ficar sem abrigo.

Ele conta que o maior problema são os pertences que ele não tem onde guardar. “O que tenho é um fogão, um botijão de gás, uma geladeira e algumas peças de roupa. Trouxe tudo para a Câmara e agora não sei para onde levar. Eu estava com alguns trocados para pagar o aluguel de um quartinho, mas perdi minha carteira e terei que voltar para a rua. Com esse tempo frio não vai ser fácil”, disse.

Ele conta que é sozinho porque deixou os familiares em Glória de Dourados, com o objetivo de buscar algo melhor na terra de Antônio João, porém, a realidade que encontrou por aqui foi bem diferente da que esperava. O dinheiro arrecadado com a venda de papelão é quase insuficiente para arcar com os custos de sua alimentação.

“A luta é diária e o que ganho realmente é muito pouco. Já procurei casas de apoio, mas esses lugares têm regras para entrada e saída, por exemplo, e eu saio sempre de madrugada para catar papel, pois acredito que esse seja o melhor horário. Aí acabo esbarrando nessas situações; ou às vezes a entidade não tem vagas. Assim vou vivendo, sem saber o que será do meu amanhã”, disse.

Fragilizado, ele espera contar com o apoio da comunidade para conseguir uma vida mais digna. "Tudo que peço é uma ajuda, seja com alimentação, roupas ou principalmente uma oportunidade de trabalho fixo”. Sem telefone, José disse que vai à Câmara praticamente todas as manhãs, por isso, caso alguém tenha interesse em ajudá-lo e não consiga encontrá-lo, basta deixar a doação ou o recado com algum dos funcionários.

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