Dourados Agora
“Sangue frio, autocontrole e muito bom senso”. Essas devem ser as principais características de um bom árbitro, segundo o douradense Fabiano dos Santos, que apita jogos de futebol há mais de 15 anos na região.
Ele conta que para seguir neste ramo é preciso ter amor pelo esporte, mas principalmente personalidade forte, independente da modalidade em que atua. “Somos sempre cobrados. As reclamações são intermináveis, mesmo quando acertamos. O indivíduo que pretende ingressar nessa área precisa ser convicto para tomar a decisão que considera mais certa, ou então é melhor desistir, pois certamente não terá pulso firme para comandar uma partida inteira”, explicou.
Ele atua como empresário de materiais esportivo, mas credita todas suas conquistas pessoais à arbitragem. Apesar dos bons frutos que colheu, conta que já sofreu. “Já fui vítima de preconceito e também agressões. Certa vez me um jogador de futsal me acertou uma cabeçada no nariz. Foi um momento crítico, mas consegui superar porque nunca levei pelo lado pessoal”, disse.
Alan Marques, instrutor de artes marciais e Policial Militar, é árbitro em lutas de Muay Thai e MMA. Ele relata que nos esportes de combate existe mais respeito com a arbitragem, mas que a dificuldade é a mesma.
“No meu caso, percebo que há menos reclamações, tanto por parte de lutadores quanto de treinadores. Só que cabe a mim decretar se um duelo prossegue ou não. Às vezes, um atleta está sofrendo golpes contundentes e tenho que decidir rapidamente se termino ou deixo o combate continuar. Ao mesmo tempo que preciso prezar pela integridade física dele [atleta], tenho que pensar o quanto minha escolha poderá influenciar em sua carreira. Se parar antes da hora, posso prejudicá-lo, já que alguns deles conseguem se recuperar, mas se eu demorar, o estrago também pode ser grande. É preciso sabedoria e equilíbrio”.
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