Audiência pública que será realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul no dia 7 de maio, às 14h (de MS), vai debater a crise no setor da mandioca no estado. Este foi o principal encaminhamento da primeira reunião do ano da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira do legislativo estadual, que foi realizada nesta quarta-feira (15).
Entre o fim de março e o início de abril, produtores de mandioca da região de Ivinhema, no sudoeste do estado chegaram a fazer uma manifestação reivindicando o aumento do preço mínimo da grama de fécula, já que os valores que estariam sendo pagos pelas indústrias de processamento não cobririam nem os custos de produção, o que estaria ameaçando a viabilidade e o futuro da cultura no local, que é polo da atividade em Mato Grosso do Sul.
O presidente da Associação dos Produtores de Mandioca de Mato Grosso do Sul, Osvaldo Cardogna, disse que a crise é considerada a mais grave já registrada no setor. "Não temos armazém para guardar a fécula, não temos estrutura, e precisamos mais do que nunca do apoio da classe política", ressaltou. Segundo ele, os produtores em melhores condições são os que agregaram valor, passando a produzir tapioca, goma e outros subprodutos”, comentou, completando que a entidade reúne cerca de 600 produtores do estado.
O secretário de Agricultura de Ivinhema, José Corte Real, que também é produtor, defendeu a ampliação da adição da fécula de mandioca à farinha de trigo e a redução dos custos de produção. "Hoje, nossos custos são muito altos, temos que melhorar isso e lembrar que 70% da farinha de trigo é importada da nossa vizinha Argentina, enquanto que a fécula é um produto 100% nacional", afirmou.
Dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março de 2015, no Sistema de Recuperação Automática (Sidra), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que neste ano Mato Grosso do Sul contabiliza 44 mil hectares plantados com mandioca, é a 14ª maior área do país. A produção deverá atingir as 968 mil toneladas, a nona maior do Brasil, e a produtividade média esperada é de 22 toneladas por hectare, a quarta melhor do ranking nacional.
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