Entraves ao atendimento dos pacientes de câncer em hospitais de Dourados foram debatidos durante reunião, terça-feira, na Assembleia Legislativo. O Centro de Tratamento de Câncer de Dourados ganhou a licitação e a Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) deve prover o suporte.
Conforme o deputado João Grandão (PT), proponente da reunião,ficou definido que serão enviados requerimentos para a direção da Cassems, para que informe se há possibilidade de atendimento em até seis meses e para o Governo do Estado, solicitando informações sobre o funcionamento do Conselho Estadual de Saúde, que consta como inativo.
O presidente da Associação de Combate ao Câncer da Grande Dourados (ACCGD), Hédio Fazan, falou da situação no município. "Os pacientes de câncer estão abandonados. Nosso intuito hoje é mostrar como está a oncologia em Dourados. Estamos numa situação muito difícil", afirmou. O vereador de Dourados, Pedro Pepa (DEM), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, também questiona sobre a situação. "Como é possível quem ganhou o processo licitatório não estar habilitado, não preencher os requisitos? A estrutura que está sendo disponibilizada não atende nossas necessidades?". "
A presidente da Câmara de Dourados, Daniela Hall, enfatiou que a situação de Dourados é grave. "Não podemos mais ficar debatendo, precisamos de uma solução e rápida. O Hospital da Vida não tem estrutura para atender as três especialidades e quem sofre com isso é a população".
Diante das informações o grupo definiu que dentro de 15 dias uma nova reunião será realizada, com a presença do Ministério Público Estadual e Federal, bem como as secretarias municipal e estadual de saúde, para uma solução definitiva.
O vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, Ricardo Alexandre Bueno, ressaltou a necessidade de resultado rápido para o problema. "Quero reforçar que o Estado foi contrário à licitação e sugeriu que a Prefeitura mantivesse o contrato com o Hospital Evangélico para que os pacientes não ficassem desassistidos", falou Gabriela Crespi, que representou a Secretaria de Estado de Saúde. O diretor da rede hospitalar da Cassems, Flávio Stival, destacou o que está sendo feito. "A falta de atendimento é crônico. A Cassems está tentando fazer algo para solucionar o problema. Estamos ampliando e adequando o hospital para poder atender melhor", registrou Stival.
"O Hospital Evangélico auxilia no que pode para que a parte mais frágil dessa história, que são os pacientes, não sejam ainda mais prejudicados", informou o superintendente do hospital, Publio Eugênio de Castro Vasconcelos. E, ainda, o deputado Zé Teixeira (DEM) falou da necessidade de investimentos. "O problema é financeiro e o povo que está pagando com essa situação. Sem investimentos as dificuldades vão continuar", avaliou o parlamentar.
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