Cidades / Região

Balança comercial de MS fecha semestre com forte aumento de 36,10%, destaques para celulose e soja

As vendas de produtos sul-mato-grossenses para o exterior somaram US$ 3.013,523 bilhões entre janeiro e junho (Foto: Chico Ribeiro) As vendas de produtos sul-mato-grossenses para o exterior somaram US$ 3.013,523 bilhões entre janeiro e junho (Foto: Chico Ribeiro)

O saldo da balança comercial de Mato Grosso do Sul no primeiro semestre deste ano fechou em US$ 1.698,8 bilhão, aumento de 36,10% em relação ao apurado no mesmo período do ano passado. No geral foi registrado crescimento no volume de negócios tanto de venda quanto de compra, o que representa um incremento significativo na economia do Estado. As empresas produziram e venderam mais, ao mesmo tempo precisaram comprar insumos de fora. Os dados estão na Carta de Conjuntura o Setor Externo elaborada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

O saldo da balança comercial é o resultado entre tudo que o Estado exporta, descontando o que importa. As vendas de produtos sul-mato-grossenses para o exterior somaram US$ 3.013,523 bilhões entre janeiro e junho, com destaques para soja (US$ 1.199 bilhão) e celulose (US$ 945,752 milhões). No mesmo período entraram no Estado mercadorias no valor de US$ 1.314,723 bilhão, o que também representa aumento de 14,69% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Nesse caso, o bombeamento de gás natural vindo da Bolívia teve maior impacto: 32,04%, passando de US$ 515 mi para US$ 681 mi.

Na análise do secretário da Semagro, Jaime Verruck, o incremento na compra de gás natural se deve ao período de estiagem que reduz a geração de energia nas usinas hidrelétricas e força o acionamento das usinas térmicas, movidas pelo produto. Outro fator que pode ter influenciado nesse quesito foi a entrada em funcionamento da ADM América do Sul, em Campo Grande, empresa que atua no processamento de proteína de soja e consome gás natural.

Exportações

Com relação às exportações, ele lembra que neste ano entrou em atividade, em Três Lagoas, a segunda unidade da indústria Fibria, fazendo praticamente dobrar as exportações de celulose (+98,11) no semestre, em relação ao primeiro semestre do ano passado. “Até o final do ano vamos continuar registrando recorde de exportações desse produto, mas para o ano que vem estabiliza nesse patamar”, ponderou. Já o aumento nas exportações de soja se devem, sobretudo, à supersafra do ano passado, quando o Estado colheu perto de 10 milhões de toneladas desse grão.

Outro destaque apontado por Verruck é na venda de minério de ferro. Variação de 51,54% no período, passando de US$ 50 milhões para US$ 76 milhões. O grande cliente continua sendo a China, tanto do minério quanto de grãos, que aumentou sua participação em 51,47% (de US$ 1 bi para US$ 1,5 bi). Em seguida vem a Argentina, que também compra minério e soja de Mato Grosso do Sul para processamento industrial. As vendas para o país vizinho saltaram de US$ 155 mi para US$ 193 mi, aumento de 23,97%.

Os destaques negativos ficaram com o açúcar (-67%) e carne de aves (-8,89%). “Quanto ao açúcar, o mercado está ‘superofertado’, por isso a redução nas vendas. Já com relação à carne de aves, em nível nacional a queda foi de quase 40% devido ao bloqueio do mercado europeu. Aqui o impacto foi menor porque quase não vendemos nada de frango para a Europa”, disse.

A Carta de Conjuntura é publicada mensalmente e disponibilizada para acesso público no site da Semagro desde 2015.

 

Comentários