A reunião entre o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), e vereadores na sexta-feira passada (23) teve novos rompantes de descontrole e não foi tranquila como os próprios participantes disseram publicamente. Bernal chegou a levantar-se para abandonar a conversa em determinado momento, contam parlamentares.
O encontro resultou de convocação da Câmara Municipal para o prefeito ir até a casa dar esclarecimentos acerca de policiais militares armados e à paisana terem sido flagrados, no dia anterior, no plenário.
A cena, na ocasião, fez com que a sessão fosse interrompida. Até boletim de ocorrência por perturbação do sossego foi registrado pelo presidente em exercício do legislativo, Flávio César (PTdoB).
Segundo relatos de vereadores, o clima ficou tenso quando Airton Saraiva (DEM) disse que Bernal estava “faltando com a verdade” ao firmar não conhecer os policiais, que na verdade são lotados na Prefeitura. Neste momento, o prefeito teria demonstrado irritação, de acordo com parlamentares, e disse que não admitiria ser chamado de mentiroso. Ele voltou a falar de cassação e levantou para ir embora: “os vereadores podem me cassar de novo, se quiserem”.
Flávio César teria, então, conseguido contornar a situação e apaziguar os ânimos. No fim das contas, os dois lados terminaram o encontro falando até em ‘agenda positiva’.
Na manhã desta terça-feira (27), Saraiva não quis falar sobre o assunto, mas também não desmentiu o ocorrido. “Não vamos mais polemizar. Já foi superado”, falou o demista, afirmando, no entanto, que “o clima está quente” entre a Câmara e o prefeito.
Desde que voltou à Prefeitura, no fim de agosto, Bernal trabalha para montar uma base no legislativo, sem sucesso até agora. Dos 28 parlamentares em exercício, apenas quatro compõem o grupo aliado do prefeito: Luiza Ribeiro (PPS) e Cazuza (PP), além dos novatos Betinho (PRB) e Eduardo Cury (PTdoB), sendo este último, suplente, situação por obrigação, já que ocupa o cargo no lugar de Paulo Pedra, secretário de Governo do prefeito.
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