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Cabeças de gado roubadas seriam vendidas a frigorífico em Campo Grande

As 145 cabeças de gado roubadas de uma fazenda em Bandeirantes, município distante 71 quilômetros de Campo Grande, seriam revendidas a um frigorífico na capital. Inicialmente a polícia informou que o roubo de 185 bovinos, mas parte dos animais tinham fugido no momento da ação do grupo e foram encontrados posteriormente.

Funcionários da fazenda foram feitos reféns durante o roubo do gado. Segundo a polícia, os bois ficariam em uma propriedade arrendada para engorda por 20 dias. O proprietário ainda será ouvido. O grupo estava em negociação para venda dos animais com frigorífico com sede na capital. “Eles já tinham agendado no frigorífico”, disse o delegado da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos de Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Edilson dos Santos.

O delegado disse ainda que os suspeitos aproveitaram a falha de fiscalização para orquestrar o crime. Por um sistema do órgão estadual competente, o produtor faz um “estoque virtual”. O suspeito informou a aquisição de bovinos, mas na propriedade dele não tinha nenhuma cabeça. “Segundo o sistema, ele tinha 200 cabeças de gado e precisou emitir nota para 185”, explicou.

Execução

O delegado explicou que o grupo contou com apoio de três vigilantes, dois deles agiram diretamente no roubo, inclusive, o detido durante o expediente em uma agência bancária.

“Os seguranças chegaram na propriedade e disseram que tinham um mandado de busca e apreensão a cumprir”, afirmou. De acordo a polícia, a roupa de segurança confundiu os funcionários que pensaram ser policiais.

O terceiro segurança foi preso em Campo Grande. Ele não tinha sido computado quando foi feito o registro policial horas depois do roubo. O delegado informou que ele foi responsável por intermediar a contratação dos seguranças.

Dois integrantes foram considerados pela polícia os mentores do esquema. Um deles era conhecido do proprietário da fazenda roubada e só chegou ao local depois dos comparsas terem rendidos os funcionários em um dos quartos. Ambos têm passagem pela polícia, um por tráfico de drogas e o outro por sequestro. Santos disse ainda que os dois mentores tinham dívidas.

Eles contrataram de uma transportadora 11 caminhões, mas usaram nove veículos para levar o gado até a propriedade arrendada que fica a 40 quilômetros da fazenda roubada. O dono da empresa será ouvido pela polícia. Um dos motoristas, funcionário da transportadora, passou algumas informações que ajudaram a polícia chegar até os suspeitos.

Os outros dois integrantes são irmão e ajudaram no carregamento dos bovinos. Eles usaram um cavalo para arrebanhar o gado.

A ação começou por volta das 5 horas e o grupo levou seis horas para transportar o gado para propriedade arrendada. Há dois meses o crime era planejado. Os mentores estimavam ganhar R$ 300 mil com a venda do gado. Do total, R$ 50 mil seriam usados para cobrir das despesas, entre elas R$ 10 mil para os seguranças.

Prisões e apreensões

Todos integrantes serão indiciados por associação criminosa. Com exceção do intermediador dos seguranças, os demais devem responder por roubo qualificado. Dois seguranças também foram incriminados por porte ilegal de armas.

Garras apreendeu duas pistolas, quatro revólveres, roupas de segurança, coletes, seis aparelhos de telefone celular, e duas algemas. Além disso, duas caminhonetes usadas para escoltar o gado também foram levadas pela polícia.

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