Uma cachorrinha da raça pinscher, com aproximadamente três meses de idade, foi resgatada neste sábado (30), por volta das 14h (de MS), por duas ativistas dos direitos dos animais, no bairro Coophavila II, na região sul de Campo Grande, com parte do couro da coxa traseira e barriga arrancado e ferimentos nas duas patas traseiras.
Em estado grave, o animal foi levado para uma clínica veterinária e submetido a uma cirurgia de emergência. Se sobreviver até está segunda-feira (1º), prazo de 48 horas estipulado pelo médico veterinário que a atendeu, passará por novos exames. A suspeita é que as duas patas traseiras estejam quebradas.
Segundo uma das mulheres que socorreu a cachorrinha, Simona Zaim, a agressão teria sido praticada, conforme informações de testemunhas, por usuários de droga. Um deles, inclusive, teria chutado o animal já ferido, mesmo após ela chegar ao local.
A ativista, que atua no resgate de animais abandonados e vítimas de maus-tratos há dez anos e que mantém 18 cães e gatos retirados das ruas em sua casa disse que se emocionou muito com a situação da cachorrinha, que foi batizada por ela de “Vitória”.
“Fui até o local junto com outra colega que atua comigo após recebermos um chamado de moradores da região. Eu trabalho há dez anos com isso e nunca tinha visto um caso como este. Eles [suspeitos] a torturam muito. Arrancaram o couro dela. O veterinário [que socorreu o animal] me falou, com base no tipo de ferimento, que eles teriam feito isso com uma faca e batido nela com um pedaço de madeira. Foi uma maldade muito grande. Quem fez isso não pode ser chamado de gente, não de pode ser um ser humano. Nem imagino o que leva uma pessoa a fazer isso”, disse Simona.
A protetora dos direitos dos animais comenta que quando a cachorrinha foi encontrada ela chorava muito, parando apenas quando chegou a clínica e foi sedada. A preocupação agora, conforme ela, além da sobrevivência do animal agredido, é com o pagamento da clínica veterinária. “Recebemos alguns doações de pessoas que souberam da história e que foram suficientes para cobrir as despesas do primeiro dia de internação, que chegaram R$ 575. Agora como não sabemos quantos dias ela vai ficar internada, não sabemos de quanto vai ser essas conta, mas precisaremos de ajuda para pagar”, comenta.
Neste domingo, após o caso ganhar repercussão, a Polícia Militar está realizando uma operação no bairro, para tentar identificar e prender os suspeitos de agredirem o animal. A Polícia Militar Ambiental (PMA) também deve deslocar uma equipe para o bairro. Segundo a unidade, se os suspeitos pela agressão forem identificados, mesmo que neguem o ato, vão ser autuados e multados administrativamente, cada um com valores entre R$ 500 e R$ 3 mil, e ainda vão responder pelo crime ambiental de maus-tratos, que tem pena prevista, em caso de condenação, de três meses a um ano de prisão.
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