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Cachorrinha sofreu 'violência gratuita' ao ter couro arrancado, diz veterinária

“Ela chegou aqui com o subcutâneo todo exposto, fizeram um tipo de escalpelamento. Não foi uma área pequena, arrancaram mais de um palmo por um palmo. Ela chegou em estado de choque e sem reação. Ela é super boazinha, então eles [suspeitos pela agressão] não podem dizer que foram agredidos. Foi violência gratuita, não é um animal agressivo”.

Assim a médica veterinária Jucimara Costa Pereira, proprietária da clínica veterinária onde a cachorrinha Vitória, que foi resgatada neste sábado (30), em Campo Grande, com parte do couro da coxa traseira e barriga arrancado e ferimentos nas patas traseiras, resume o estado de saúde em que o animal chegou ao local.

A cachorrinha, da raça pinscher, com aproximadamente três meses de idade, foi resgatada por volta das 14h (de MS), por duas ativistas dos direitos dos animais no bairro Coophavila II e levada para a clínica.

"O quadro de saúde da cadelinha está mais estável. Ontem [sábado] nós achamos que ela não aguentaria. Nós estamos com dificuldade de manter a temperatura e estamos colocando no aquecedor ela está respondendo aos estímulos. Amanhã [segunda-feira] vamos fazer o raio X para confirmar se as patinhas estão quebradas. A cadelinha está sendo medicada com antibióticos e três tipos de analgésicos para ver se consegue aliviar a dor porque deve ser muito forte”, comenta.

Segundo uma das mulheres que socorreu a cachorrinha, Simona Zain, a agressão teria sido praticada, conforme informações de testemunhas, por usuários de droga. Um deles, inclusive, teria chutado o animal já ferido, mesmo após ela chegar ao local.

A situação em que Vitória, nome que a cachorrinha recebeu de Simona, foi encontrada deixou a veterinária revoltada. “Quando você pega um animal que sofre um acidente você fica com dó, mas quando você pega um animal nessas condições você sente um misto de dó com revolta. Se quem fez isso tem essa atitude com cachorro, ele é capaz de fazer isso com um ser humano. Ela tem tanta dor quanto a gente. É uma revolta indescritível. Tenho seis cachorros e três gatos. Meus bichinhos são tratados como se fossem meus filhos”, diz Jucimara.

A ativista que fez o resgate também se emocionou com o caso. “Fui até o local junto com outra colega que atua comigo após recebermos um chamado de moradores da região. Eu trabalho há dez anos com isso e nunca tinha visto um caso como este. Eles [suspeitos] a torturam muito. Arrancaram o couro dela. O veterinário [que socorreu o animal] me falou, com base no tipo de ferimento, que eles teriam feito isso com uma faca e batido nela com um pedaço de madeira. Foi uma maldade muito grande. Quem fez isso não pode ser chamado de gente, não de pode ser um ser humano. Nem imagino o que leva uma pessoa a fazer isso”, disse Simona.

Em relação a evolução do quadro de saúde da cachorrinha, a médica veterinária aponta que o caso é grave. “Eu acredito que o caso dela é um dia depois do outro. Ela ainda corre risco de vida e não tem previsão de alta”, diz a profissional, apontando que um exame de raio X nesta segunda-feira deve apontar se as duas patas traseiras que estão feridas estão quebradas e se alguma precisará ser amputada em decorrência da gravidade dos ferimentos.

Segundo a defensora dos direitos dos animais que resgatou Vitória, a preocupação agora, além da sobrevivência do animal agredido, é com o pagamento da clínica veterinária. “Recebemos algumas doações de pessoas que souberam da história e que foram suficientes para cobrir as despesas do primeiro dia de internação, que chegaram R$ 575. Agora como não sabemos quantos dias ela vai ficar internada, não sabemos de quanto vai ser essas conta, mas precisaremos de ajuda para pagar”, comenta.

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