Comboio de caminhoneiros que trancam rodovias em Mato Grosso do Sul, migrou esta manhã para estrada estadual, no Distrito de Indápolis. A informação foi confirmada, ao jornal Douradosagora, pelo diretor financeiro da Cooperativa de apoio aos transportadores rodoviários autônomos de Mato Grosso do Sul, Luiz Adriano Melo.
A equipe do jornal Douradosagora está no trecho, conferindo o movimento, que parece enfraquecer em Dourados, já que os manifestantes desistiram, momentaneamente, de ocupar estradas estaduais em Itahum, Laguna Carapã e Itaporã, conforme noticiado antes. (*)
Os caminhoneiros em protesto contra os sequenciais aumentos abusivos do diesel e outras demandas, foram 'despejados' por ordem da Justiça Federal, que determinou à Polícia Rodoviária Federal (PRF/MS) a desocupação das BRs.
No final da tarde de ontem, a Justiça Federal expediu mais uma decisão determinando que a PRF realize a total liberação da rodovia. A PRF informou que vai efetuar autuação de trânsito e informar a Justiça Federal sobre os manifestantes que descumprirem a determinação judicial.
O jornal Douradosagora apurou que os caminhoneiros discordam das medidas anunciadas pelo governo de Dilma Rousseff. Pela proposta, o governo promete sancionar a Lei dos Caminhoneiros sem vetos, prorrogar por 12 meses o pagamento de caminhões por meio do Programa Pro-caminhoneiro e criar, por meio de negociação entre caminhoneiros e empresários, uma tabela referencial de frete. Nesse item, os representantes dos caminhoneiros pediram que o governo atue na mediação com os empresários. Não se falou em redução do diesel, principal reivindicação dos caminhoneiros, sendo mencionado, apenas, que o preço será "congelado".
Luiz Adriano Melo diz que não há nenhum acordo com o governo e que até a tarde de ontem a justiça não havia notificado a categoria a deixar de bloquear as rodovias do Estado. "O governo está noticiando inverdades que há um acordo, mas isso tudo é mentira", disse ele.
Embora tenha acatado as propostas do governo para pôr um fim aos bloqueios, a própria Confederação Nacional deixou claro durante reunião que a desobstrução das rodovias depende dos caminhoneiros e que caberia aos sindicatos repassar ao acordo.
Em todo o país o movimento é autônomo e por conta disso a paralisação continua, principalmente por parte dos caminhoneiros não sindicalizados, cooperativas e donos de empresas do ramo de transporte. Apenas as centrais sindicais deixaram de apoiar o protesto, para escapar da multa imposta pela justiça. Em Mato Grosso do Sul a 1º Vara da Justiça Federal determinou na quarta o desbloqueio das rodovias federais e fixou multa de R$ 10 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar o tráfego.
De acordo com Luiz Adriano, o movimento, a partir de agora, ficará ainda mais fortalecido. "A categoria está unida e a proposta apresentada pelo governo não condiz com aquilo que pleiteamos, que é a redução do preço do diesel", explicou. Caso a categoria receba notificação para deixar de bloquear as rodovias federais, ele diz que os caminhoneiros vão migrar o bloqueio para as rodovias estaduais.
Alguns postos em Dourados começaram a sofrer com a falta de combustíveis durante o dia. Somente no período da noite, quando as rodovias são liberadas, é que voltam a ser abastecidos. Empresas de hortifruti são as mais atingidas, embora nos supermercados já é possível encontrar a falta de algumas mercadorias nas prateleiras.
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