Cerca de 500 pessoas de movimentos sem-terra estão acampadas desde terça-feira (14) na sede da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Campo Grande. Os manifestantes cobram agilidade no processo de reforma agrária no estado e pedem melhorias para os funcionários do instituto.
Os acampados alegam que a reforma agrária em Mato Grosso do Sul está parada desde 2010. De acordo com o instituto, oito áreas que foram consideradas improdutivas entre os municípios de Nova Alvorada do Sul e Bataguassu estão sendo analisadas para reforma agrária. Seis estão em negociação entre governo e proprietários e duas estão na Justiça por não ter tido acordo entre os lados.
Segundo o superintendente interino do Incra de Mato Grosso do Sul, Sidiney Ferreira de Almeida, a burocracia atrasa o processo de reforma agrária. “Da mesma forma que o Incra tem as ferramentas e os mecanismos de ação, o proprietário também tem os meios dele, o direito da ampla defesa. Então esse processo é um pouco longo, não é tão de imediato” afirma em entrevista à TV Morena.
Outros fatores têm contribuído para a crise no setor agrário, segundo Ferreira de Almeida. Ele diz que o Incra conta com quase 200 funcionários, mas 20% deles devem se aposentar em 2015. Além disso, o instituto passa por problemas financeiros, já que o governo federal ainda não fez o repasse nem definiu o valor.
O instituto informa que, atualmente, existem 41 acampamentos no estado e 29 mil famílias estão cadastradas à espera de um lote. Os movimentos contestam esse número e dizem que pouco mais de 12 mil famílias aguardam a reforma.
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