A paralisação nos atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas feitas na Santa Casa de Campo Grande prejudicou até esta segunda-feira (26) mais de 500 pessoas.
Em torno de 300 médicos declararam greve na quinta-feira (22) porque não receberam o salário, que era para ter sido pago no 5º dia útil de outubro. Essa medida gerou o cancelamento de centenas de procedimentos e até o começo da tarde desta segunda-feira (26) não havia previsão de volta ao trabalho desses profissionais. Os atendimentos de emergência estão funcionando normalmente.
Para garantir a legalidade da greve, a Associação dos Médicos da Santa Casa (Amesc) protocolou comunicado no Ministério Público Estadual, Conselho Regional de Medicina e outros órgãos competentes na sexta-feira (16). A Santa Casa de Campo Grande, por meio da assessoria de imprensa, divulgou que não sabe quando terá dinheiro para pagar os médicos.
O presidente da Associação dos Médicos da Santa Casa (Amesc), Carlos Ildemar Campos Barbosa, declarou um dia antes da paralisação que a administração do hospital estaria tratando o caso com indiferença. "A impressão que nos passam é de descaso, não temos acesso a nenhuma informação e parece que não fazem questão de nos posicionar sobre algo palpável. Desta forma fica bastante difícil", criticou. A prefeitura de Campo Grande, que repassa recursos para o hospital por meio de contrato, informou que em setembro e outubro encaminhou R$ 30.820.590,42. Esse dinheiro é originado do Sistema Único de Saúde (SUS) e do tesouro municipal. Há ainda dinheiro do governo do Estado.
Contudo, em torno de R$ 10 milhões estariam retidos porque a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) faz uma auditoria no contrato com a Associação Beneficente Campo Grande (ABCG), gestora da Santa Casa. O diretor-clínico da Santa Casa, José Mauro Filho, disse que há meses os salários dos funcionários estão sendo depositados com atraso.
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