Na Capital

CNJ confirma dossiê de delegado e Polícia requisita os documentos

Os dossiês com denúncias feitas pelo delegado assassinado Paulo Magalhães, 57 anos, morto com cinco tiros no último dia 25, serão solicitados pelo delegado titular da DEH (Delegacia de Homicídios), Edilson dos Santos, que investiga o caso.

Na manhã de hoje (1), ele disse ao Campo Grande News que ainda não tinha informações precisas sobre os dossiês, mas afirmou que deverá requerer os documentos, que poderão ser anexados ao inquérito.

O delegado Edilson chegou a negar a existência do dossiê. Porém, o CNJ (Conselho Nacional de Segurança) confirmou que os documentos existem e denunciam pelo menos uma pessoa do judiciário.

Várias testemunhas já foram ouvidas, mas a maioria dos depoimentos não ajudou nas investigações. “Muita gente já foi ouvida, mas as pessoas dizem que não viram. Alguns pais que estavam em frente à escola não se lembram do momento do crime. Alguns estavam de costas ou dentro do carro”.

O delegado explica que algumas testemunhas têm medo de se envolver no caso.

As imagens do circuito interno de segurança de uma loja de roupas em frente ao local onde o delegado foi assassinado devem ser divulgadas amanhã, segundo Edilson. “Ainda não divulgamos porque quero ter certeza dos envolvidos”. Segundo ele, as imagens foram prejudicadas por causa da chuva.

“Não é possível identificar a moto usada no crime. A gente só consegue ver que tem duas pessoas de capacete na moto”.

Dossiês: Um dos amigos de Paulo, que preferiu não se identificar, disse, no dia do velório, que o delegado aposentado teria deixado 11 dossiês com amigos, inclusive fora do Estado. Os documentos contém informações sobre denúncias apuradas pelo delegado aposentado.

Segundo o amigo de Paulo, ele temia ser morto e queria evitar que as denúncias acabassem se perdendo com sua morte.

Paulo foi morto com cinco tiros, no dia 25 de junho, em frente à escola da filha, na rua Alagoas, em Campo Grande. Entre várias investigações, o delegado chegou a publicar um livro que denunciava a instalação de câmeras clandestinas no presídio federal.

No livro “Conspiração Federal”, censurado após a publicação, cinco agentes penitenciários denunciavam a existência da gravação de encontros íntimos dos presos e inúmeras outras irregularidades no local, a mando de juiz federal.

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