Mato Grosso do Sul vem presenciando cenas de crimes que mais se assemelham a faroeste cinematográfico. Pessoas são executadas em plena luz do dia em emboscadas e os atiradores e mandantes de crimes quase nunca têm identidade revelada pois nem mesmo chegam a ser presos. Outra semelhança nos casos é o discurso evasivo de autoridades policiais para comentar os assassinatos, principalmente os que há muito tempo estão sem solução.
Os homicídios podem não ter os mesmos mandantes e executores, mas estão inter-relacionados por alguns pontos: as vítimas eram conhecidas por expor na mídia histórias que colocavam em risco autoridades, sensacionalistas no caso de alguns, enquanto outros incomodavam o alto escalão, como no caso de o ex-delegado Paulo Magalhães, aliás, entre este último, Paulo Rocaro e Eduardo Carvalho, que trabalhavam na imprensa - mortos em 2012 - há ainda a coincidência de os três serem ex-policiais.
O histórico de mortes violentas e que não chegaram a ser desvendadas por completo começaram em outubro de 1997. O radialista Edgar Lopes de Faria, 48 anos, foi alvejado por tiros quando se dirigia à rádio FM Capital, no centro de Campo Grande, na qual apresentava o programa “Escaramuça”, seu apelido. Faria morreu no local do crime. As motivações para o assassinato também são ligadas à denúncias sobre a participação de policiais da cidade de Dourados (MS) em grupos de extermínio, corrupção de políticos e policiais. O caso segue impune.
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