CORONAVÍRUS

Com maior taxa de ocupação de UTIs do país, Fiocruz orienta lockdown de 14 dias em MS

Mato Grosso do Sul está com a maior taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Brasil – 106% - e, por causa disso, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) sugeriu que o Estado adote lockdown por 14 dias para tentar frear a transmissão da Covid-19.

Boletim extraordinário publicado na noite de ontem (23), o instituto coloca Campo Grande como a segunda capital do país com maior taxa de ocupação em leitos UTI, atrás apenas de Belo Horizonte (107%), segundo o Midiamax.

Esses números além de 100% significa que existem pacientes covid internados em leitos não habilitados para a doença. Os pesquisadores ressaltam que esse colapso prejudica, inclusive, atendimentos por outros tipos de doenças.

O documento assinala que medidas mais rigorosas que estão sendo adotadas em algumas localidades são fundamentais para interromper a tendência de descontrole da pandemia, diminuindo os “efeitos sobre o sistema de saúde e poupando vidas”.

Aumento da mortalidade

Ainda conforme o site, para a Fiocruz, o colapso no sistema de saúde resulta num aumento da mortalidade. Levantamento mostrou elevada mortalidade tanto entre os que conseguiram assistência quanto aqueles pacientes que ficaram desassistidos, sendo o índice de 59% de mortalidade entre os que estavam internados em UTIs e 80% os que recebiam suporte como ventilação mecânica.

O relatório também levantou dados de brasileiros que morreram em casa e chegou à conclusão de que mais de 9 mil pessoas morreram em 2020 em casa, sem conseguir assistência.

Por fim, o documento observa que a ausência de uma ação articulada conjunta entre estados ou de ações parciais e precoces conduziu o país a chegar na atual situação.

“Para que essas medidas de bloqueio possam ser bem sucedidas, elas devem ser adotadas conjuntamente, demandando cerca de 14 dias para que produzam resultados na redução das taxas de transmissão em aproximadamente de 40%, exigindo o monitoramento diário para acompanhar seus impactos na redução de casos, taxas de ocupação de leitos hospitalares e óbitos”.

Comentários