CAMPO GRANDE

Com tanto distraído caçando Pokémon, parque espalha avisos pedindo boas maneiras

Com os olhos grudados nos celulares, caçadores de Pokémon acabaram mudando a rotina de praças que tiveram que apelar para recadinhos de consciência aos jogadores que não descansam, dia e noite aparecem para atrapalhar quem quer fazer exercícios.

A administração da Praça Esportiva Belmar Fidalgo, um dos points da mania Pokémon Go, está tentando impor limites. Com bilhetinhos improvisados, pede "boa maneiras", como não pisar na grama, jogar lixo no lugar certo e não atrapalhar a prática esportiva das pessoas.

"Parece que o pessoal acaba se esquecendo. Eu não posso dizer o que elas pensam, porque eu não baixei o joguinho, mas vi que virou um atrativo. Por um lado isso é muito bom, porque as pessoas estão vindo até a praça e usufruindo de um espaço que é público", diz o coordenador da praça Edmilson Barros de Souza.

Algumas situações incomodam algumas pessoas e isso chamou a atenção da administração. "Ficam olhando para o celular e de repente param na pista, que é para corrida e caminhada. Tem um espaço enorme para quem deseja ficar parado, então é bacana deixar a pista livre pra quem está se exercitando. Pisam na grama e as vezes chegam a ir até a pista de areia, em que as pessoas também estão jogando ou praticando exercícios, para ficar caçando", conta.

Para preservar alguns pontos do gramado e evitar a falta de paciência de quem está no meio de uma corrida e precisa desviar de um jogador, a administração colocou cerca de 20 avisos pela praça dizendo "Não pise na grama" e "Não pare na pista".

Fitas de demarcação também foram utilizadas para barrar quem insiste em pisar na grama atrás de monstrinhos.

O jogo foi lançado no Brasil no dia 03 de agosto, de lá pra cá, centenas de pessoas se reunem diariamente, já que nesses locais há pontos definidos como "Pokéstop", onde os jogadores podem coletar pokébolas, pokémons e outros artigos do jogo.

"Aumentou muito a quantidade de frequentadores, não temos um número exato, mas é fato que triplicou. Além das pessoas que praticam esportes, a maioria está caçando pokémon. Decidi que vamos pintar o chão também, para quem insiste em ficar parado na pista e fica só olhando pra baixo", diz.

Fora os exemplos clássicos, outros pontos também desagradam, como quem fica sentado na academia ao ar livre, que deveria ser usada para exercícios. Na hora do almoço, o que não falta é gente dando uma descansadinha com o celular na mão. "É a noite o maior problema, porque o número de visitantes dobra nesse horário", explica.

No fim de semana, o coordenador relatou que houve casos de pessoas que tentaram entrar com cadeiras e bebidas alcoólicas para ficar jogando. "A praça é pública e todos devem aproveitar, mas algumas coisas não são permitidas por segurança mesmo", sugere.

Por ali, todo mundo jura que não atrapalha, mas diz que já viram algumas pessoas perderem o foco. "Tem gente que perde a hora e nem se dá conta que está numa pista pra caminhada. Só percebe quando o guardinha vem chamar atenção", explica o estudante Guilherme Delmondes, de 22 anos, que vai ao local 3 vezes por semana para caçar.

Camila Viviane Vilarel, de 27 anos, diz que a disputa por espaço é tão grande, que ela não para na pista, fica andando e jogando. "Pra mim é um prazer vir aqui, porque foi um sonho da minha infância. Então na hora que eu venho, tem muita gente e fica até difícil mesmo ficar parada, prefiro continuar andando", diz.

A Praça Esportiva Belmar Fidalgo funciona de segunda à sexta, das 04h30 às 21h e no fim de semana, das 5H à 21h.

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