A corrida pela prefeitura de Dourados já movimenta a política da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, a 233 km de Campo Grande. A cadeira ocupada há quatro anos pelo prefeito Murilo Zauith (PSB), que já foi reeleito em 2012 e não poderá entrar na disputa no ano que vem, já desperta os interesses de pelo menos três fortes pré-candidatos: o deputado federal Geraldo Resende, o ex-deputado federal Marçal Filho e a vereadora Delia Razuk.
Os três estão filiados ao PMDB do ex-governador André Puccinelli, mas tanto Marçal quanto Delia devem deixar o partido para conseguir viabilizar a candidatura em outras legendas.
Em entrevista ao jornal O Progresso desta segunda-feira, Delia Razuk confirmou que deixará o PMDB para tentar ser candidata à prefeita em 2016. Em 2010, ela ocupou o cargo por quatro meses, como prefeita interina, após a prisão de Ari Artuzi (morto em 2013). Na época, Delia era presidente da Câmara de Vereadores.
Mulher do ex-deputado estadual Roberto Razuk, Delia cumpre o segundo mandato de vereadora e já tomou a decisão de deixar o PMDB, legenda pela qual foi eleita em 2008 e 2012 e disputou, sem sucesso, a eleição de deputada estadual no ano passado.
Na entrevista ao jornal douradense, Delia afirma que na semana passada conversou com André Puccinelli sobre sua decisão de deixar o PMDB para disputar a prefeitura. A vereadora não revela em qual partido irá se filiar e diz ter recebido vários convites. Entretanto, o Campo Grande News apurou nesta segunda-feira que o destino mais provável é o PR (Partido da República).
Marçal rumo ao ninho – O radialista Marçal Filho, que em 2012 não conseguiu sair candidato a prefeito após o PMDB decidir apoiar a reeleição de Murilo Zauith, é outro que deve trocar de partido para entrar na disputa em 2016. Nos bastidores políticos os boatos revelam que ele deve se filiar no PSDB para ser o candidato do governador Reinaldo Azambuja.
Marçal não conseguiu se reeleger para a Câmara Federal no ano passado e um dia após a eleição anunciou que jamais voltaria a disputar um cargo eletivo. “Eu Marçal Filho não serei candidato a mais absolutamente nada. Estou fora da política. Eu quero que gravem e me cobrem. Não serei mais candidato a absolutamente nada. Já fiz a minha parte e já cumpri a minha missão. Vou continuar ajudando minha cidade, mas como cidadão, não mais como político”, afirmou no dia 6 de outubro no programa que faz em sua emissora de rádio.
Reinaldo x André – Conforme observadores da política douradense, Marçal é visto como o nome mais forte para representar o partido do atual governador numa disputa com o PMDB de André Puccinelli, que deve ter como candidato a prefeito o deputado federal Geraldo Resende.
Vencer a eleição na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul representaria um passo importante para as eleições estaduais de 2018, quando, segundo os mesmos observadores, o PMDB de Puccinelli pode se tornar o principal adversário dos tucanos – na disputa pelo governo e pelo Senado.
Marçal Filho confirmou nesta segunda-feira que a saída do PMDB é uma possibilidade que existe desde 2012, quando, segundo ele, o partido não cumpriu o acordo de lançar como candidato a prefeito o nome que fosse apontado na pesquisa qualitativa encomendada pela direção estadual.
Ele disse que ainda nesta semana deve se reunir com os principais dirigentes do PSDB para discutir uma possível filiação à legenda tucana. “Recebi convite de vários outros partidos, mas por parte do PSDB não teve ainda um convite formal. Vamos nos reunir nesta semana e conversar”.
Caminho livre – A já prevista saída de Delia Razuk e Marçal Filho da legenda peemedebista abre caminho para Geraldo Resende sair candidato a prefeito no ano que vem. Em entrevistas recentes, o deputado federal não esconde o sonho de administrar de Dourados.
Faltando 17 meses para as eleições, outras legendas também começam a se organizar para entrar na disputa. O PSB do prefeito Murilo Zauith pode lançar a candidatura do deputado estadual José Carlos Barbosa, o Barbosinha, e o PT pode entrar na disputa com o atual deputado estadual João Grandão ou com o ex-prefeito por dois mandatos e ex-deputado Laerte Tetila.
Comentários