O feriado de criação de Mato Grosso do Sul, celebrado na quarta-feira (11), foi marcado pela primeira captação de coração para transplante em Dourados. O órgão doado por um jovem de 17 anos que morreu no Hospital da Vida foi levado para o Incor (Instituto do Coração), em São Paulo, por uma equipe médica que desembarcou na cidade em uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira).
Os procedimentos orientados pela Central Nacional de Transplantes geraram uma megaoperação. Isso porque o coração enviado ao território paulista foi captado mais rapidamente por questões técnicas que exigem menor tempo até a realização do transplante.
Outro avião decolou do Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira com o mesmo destino, mas para levar pâncreas e rim. E uma terceira aeronave levou o fígado do doador para Rio Branco, capital do Acre. Nesse caso, o médico Tercio Genzini, chefe do serviço de transplantes do Hospital Bandeirantes, veio pessoalmente daquele estado para captar o órgão.
Além disso, o rim esquerdo e as córneas vão por via terrestre até a Capital sul-mato-grossense, Campo Grande. Essas informações foram todas repassadas à reportagem da 94FM pelo médico Renato Vidigal, secretário municipal de Saúde de Dourados.
O secretário lembra que uma ação da prefeita Délia Razuk (PR) executada logo no início de seu mandato à frente da Prefeitura de Dourados tornou o município referência estadual em captação de órgãos para transplante. Ele explica que ainda no dia 2 de janeiro deu ordem, com aval da mandatária, para criação da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes no Hospital da Vida, algo que não existia até 2016.
"Essa comissão é responsável pelo trabalho de abordagem, pesquisa, investigação de morte encefálica, que é a morte cerebral. O Hospital da Vida, por ser um hospital de trauma, de urgência, é onde vão chegar os potenciais doadores, aquela pessoa que pode sim ter chances de doar os órgãos", explica. Segundo o médico, com essa comissão formada passaram a ser investigados casos de potenciais doadores, com a realização de exames rápidos e urgentes.
"É a vida pela vida. A pessoa que doa órgãos salva mais de uma vida", pondera, lembrando que para a captação ser realizada é necessário que o doador manifeste esse desejo aos familiares em vida.
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