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Dado como morto, homem respira durante preparação para velório

Um homem de 68 anos, que foi dado como morto pelo hospital da Zona Norte em Londrina, no norte do Paraná, voltou a respirar enquanto o corpo era preparado para o velório. De acordo com a Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf), a morte foi informada pelo hospital às 16h20, e por volta das 19h a preparadora de cadáver da autarquia notou que o homem estava respirando.

"Assim que o hospital ligou informando sobre o óbito pedimos se a declaração de óbito estava preenchida e se o corpo estava no necrotério. Com a confirmação, uma equipe foi até a instituição e recolheu o corpo, com a declaração de óbito devidamente preenchida. Na Acesf, a família reconheceu o corpo e entregou a documentação necessária para o velório e enterro", explica o superintendente da Acesf, Ademir Gervásio.

Ainda segundo o superintendente, após a família escolher os locais de velório e sepultamento, a servidora que prepara os cadáveres começou a cortar a barba do homem. Gervásio conta que foi nesse momento que a funcionária percebeu que o abdômen do homem estava mexendo.

"A servidora percebeu o movimento do abdômen por repetidas vezes, e como isso indica possíveis sinais vitais, chamamos o Serviço de Atendimento Médico de Urgência [Samu] que realizou alguns procedimentos. Após a constatação de que o homem estava vivo, o Samu o levou para outro hospital", diz o superintendente da Acesf.

O homem foi levado ao hospital Santa Casa de Londrina. Nesta sexta-feira (23), o hospital informou que o ‘paciente da Acesf' está em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva do hospital. Conforme a instituição, o homem está inconsciente, respirando por aparelhos. Hipotérmico, ele é mantido aquecido com uma manta térmica e soro fisiológico aquecido. A Santa Casa informou ainda que o paciente deu entrada por volta das 21h12, de quinta-feira.

A família do paciente registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Homicídios contra o hospital da Zona Norte na manhã desta sexta-feira.

Constatação do óbito no hospital

O diretor-geral do Hospital da Zona Norte de Londrina Luiz Koury, explica que o óbito do paciente foi constatado por equipe de enfermagem capacitada e pelos médicos do hospital após o homem ter uma parada cardiorrespiratória.

"Assim que a enfermagem considera que não tem mais condições de reanimar o paciente, os médicos são chamados para tentar reanimar. A morte só é constatada quando a equipe de enfermagem e os médicos notam que não há mais condições de reanimação, o paciente não reage mais. Foi o que aconteceu com esse paciente. Após todas os procedimentos de reanimação não surtirem efeito, o óbito foi confirmado", diz Koury.

O diretor-geral da instituição explica que o homem foi internado no hospital com quadro de pneumonia que evoluiu para uma infecção generalizada. Ainda conforme o hospital, o homem sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias na quarta-feira (21), mas foi reanimado em todas elas. No entanto, na quinta-feira o coração não voltou a bater durante os procedimentos realizados.

"A equipe de enfermagem que prepara o corpo no necrotério do hospital não notou que o homem apresentava sinais vitais e nem os funcionários da Acesf que foram buscar o corpo não perceberam nada de diferente. É um caso impressionante e raro", detalha o diretor-geral do hospital da Zona Norte.

Luiz Koury explica que para isso ter ocorrido há duas possibilidades. A primeira é o paciente ter histórico de catalepsia, que é um distúbio do sono - a pessoa entra em sono profundo sem movimentos e com batimentos cardíacos e respiração praticamente imperceptível -, e a segunda possibilidade é a ocorrência da Síndrome de Lázaro. Essa síndrome se manifesta em pacientes que após a realização de diversas tentativas de reanimação o coração para de bater. Horas depois, por um motivo ainda desconhecido, o coração volta a bater. "Acreditamos que tenha ocorrido essa síndrome, mas infelizmente não temos como comprovar. E se foi isso que aconteceu, será um caso extremamente raro, apenas 35 casos foram constatados no mundo", pontua Luiz Koury.

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