"Aqui, você encontra todo o Brasil". É assim que Adriano Araújo, 38 anos, resume o processo de migração de trabalhadores na esperança de encontrar emprego em Três Lagoas.
Pernambucano, Araújo se mudou para a cidade há quatro anos, atraído pela construção da fábrica de fertilizantes da Petrobras.
Quando as obras paralisaram, ele resolveu ficar com a família e, desde então, vem se mantendo por meio de trabalhos esporádicos, "bicos". "Estou há dois anos procurando emprego. Cheguei a dormir na fila do Ciat (Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador)".
O cearense Ronivaldo Oliveira, de 28 anos, chegou depois, mas também veio de longe em busca de uma oportunidade. "Estou desempregado há sete meses e fiquei sabendo que aqui estava contratando, falavam de 40 mil vagas. Então, vim direto para cá. Mas não tem isso, já passei por quatro entrevistas de emprego e nada. Quando a gente chega lá [local da entrevista] são mais de dez candidatos por vaga".
O número de desempregados vindos de todas as partes do Brasil para Três Lagoas em busca de emprego aumenta a cada dia. Segundo a coordenadora da Casa do Trabalhador, Fátima Montanha, esse processo migratório se deve à situação econômica do país, e pode piorar.
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