fonte: douradosagora
Os piscicultores da região da Grande Dourados se reúnem hoje para discutir os rumos da piscicultura em Mato Grosso do Sul. O Sindicato Rural e a Cooperativa MS Peixe vão debater Ações para o Desenvolvimento de Pesca e Aquicultura no Estado, a partir das 13h30. O encontro faz parte da programação da 49ª Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Dourados.
Durante o encontro no Parque de Exposição João Humberto de Carvalho, também serão questionados com o representante da Cooperativa Agroindustrial (C.Vale), Alexandre Baunmann, as ‘Técnicas de Produção de Tilápias’. Segundo o secretário da MS Peixe, Mauricio Xavier Cury os piscicultores do Estado têm encontrado dificuldades para se manter no ramo e por isso precisa de profundas mudanças.
“Atualmente vários estados estão produzindo, por exemplo, o pacu em grandes quantidades e a preços mais baratos. Não temos ainda como concorrer. Para se ter ideia, a maior venda de peixes que houve na última semana santa, em Dourados, foi a de tambaquis do Extra. Este peixe veio do Tocantins e mesmo com a distância de 2 mil quilômetros chegou a um preço mais baixo que aquele disponível no nosso mercado”, ressaltou Mauricio.
O presidente da Cooperativa, citou alguns exemplos de peixes que são produzidos no Estado e que são comercializados mais caro no comércio local. “Em Tocantins e Mato Grosso, peixes como os pacus são criados em represa de 60 hectares de lâmina de água e vende o preço desse pescado é de R$ 3 para os frigoríficos. Aqui, o preço do pacu é de R$ 5,50 o quilo.” ressaltou.
Sem saber como vender o seu produto, o pequeno piscicultor e o agricultor familiar tradicional tem abandonado a atividade. Uma das maiores preocupações da MS Peixe, é quanto a criação do Frigorífico do Peixe. “Acreditamos que em futuro esse empreendimento esteja pronto pela prefeitura. Mas como, se não há peixes suficientes? Isto tem levado nós a discutir as alternativas e decidimos iniciar um processo de gestão empresarial, até porque possuímos a visão total da cadeia. Estamos defendendo a elaboração de um diagnóstico da piscicultura estadual”, enfatizou Cury.
Para estimular o crescimento em Dourados, novas proposta para o setor já estão sendo discutidas pelos piscicultores. “Dentro da proposta o pacu deverá ser produzido em represas rurais, normalmente utilizadas na dessedentação do gado, muito comuns no Estado. Breve levantamento indica que na região da Grande Dourados possa haver 20.000 delas, significando um crescimento potencial apreciável na produção de pacu”, salientou.
Segundo Mauricio, este nicho tem sido sistematicamente esquecido. Para tanto, o sistema de reprodução deverá oferecer alevinos de grande porte, com 50 gramas de peso, tamanho suficiente para evitar perdas por predação. “Já temos desenvolvido tecnologia suficiente para a implantação desta proposta”, conclui.
Para isso, a MS Peixe lançou as diretrizes técnicas da futura piscicultura estadual. A cooperativa busca parceiros para levar a ideia à frente. Mauricio explica que estão recebendo apoio de todos os atores da cadeia produtiva, e o setor tem que ser gerido pelos empresários.
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