Relatório elaborado por funcionários da Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados) aponta uma série de problemas na saúde pública de Dourados e critica o excesso de servidores nomeados com salários altos. Por determinação do promotor Etéocles Brito Mendonça Dias Júnior, o documento foi anexado ao Inquérito Civil Público número 06.2016.00000437-0.
Encampado pela 10ª Promotoria de Justiça da comarca, esse procedimento foi instaurado no dia 21 de março para apurar possíveis irregularidades ocorridas no Hospital da Vida, relacionadas ao atendimento de pacientes e fornecimento de medicação e material básico.
ESCASSES DE INSUMOS
Originalmente, esse relatório foi endereçado no dia 3 de maio ao Conselho Municipal de Saúde. Assinado por Robson Adriani Roques Dauzacker, relata que a área de descanso do hospital acomoda apenas uma beliche e um colchão no chão, insuficiente para a demanda de colaboradores.
Os servidores da Funsaud queixam-se ainda da falta de “condições dignas de trabalho” e relatam trabalhar rotineiramente “com escassez de vários insumos (luvas, seringas, soro, equipo, fraldas, capotes, colher descartável, copo descartável e entre outros insumos), equipamentos médicos hospitalares (monitores, capnografo, aparelho de verificar pressão arterial, suporte de soro, cadeira de rodas, cadeiras de banho, colchão de macas, macas fixas em péssimos estado de conservação)”.
SEM ISOLAMENTO
Quanto à estrutura física, pontuam que no local destinado à cozinha não existe um exaustor de ar e a temperatura passa de 37 graus, “tornando vulnerável a saúde do trabalhador”. E menção a uma C.I (Comunicação Interna), informam que “o serviço de transporte intra-hospitalar do Hospital da Vida e UPA não existe, é feito pela Central de Ambulâncias”.
Ponto que chegou a motivar o vereador Marçal Filho (PSDB) a cobrar explicações da prefeitura nesta semana, o isolamento de pacientes com H1N1, H2N3, Tuberculose e Meningite não acontece no Hospital da Vida. Os funcionários do local relatam “estrutura física inadequada”, porque antes dos diagnósticos, os pacientes percorrem “quase todos os setores do hospital colocando a saúde dos colaboradores Funsaud em vulnerabilidade”.
EXCESSO DE NOMEADOS
Há também críticas à falta de um estacionamento próprio aos funcionários. Eles apontam a ocorrência de cinco furtos de motocicletas e automóveis que não podem estacionar na área antes utilizada para este fim por causa das obras de ampliação do hospital que ocupam o espaço.
Esse relatório também aponta “excesso de cargos comissionados com altos proventos e tendo falta de funcionários em todos os setores tanto a nível administrativo quanto assistencial, pois os funcionários estão pedindo exoneração e não está sendo reposto na vaga remanescente”.
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