Utilidade Pública

Família gasta R$ 3,2 mil com bebê alérgico a comida e pede ajuda para tratamento

Enzo Gabriel tem apenas 8 meses, mas há algum tempo luta pela vida. O bebê sofre de alergia múltipla alimentar e tem reações severas ao ingerir, tocar ou até mesmo sentir o cheiro de qualquer tipo de alimento. Em situações como essas, o corpinho do pequeno, imediatamente, responde com feridas e inchaços. Para controlar a alergia, manter Enzo nutrido e dar continuidade ao tratamento da criança, a família gasta em torno de R$ 3,2 mil por mês e precisa de ajuda.

A situação do bebê causou comoção até mesmo na campo-grandense Viviane Miranda, a musa do Rei Roberto Carlos, que custeou passagem aérea e hospedagem para a família tratar Enzo com médico especialista no Rio de Janeiro.

O problema é que o tempo de estadia terminou, o dinheiro da família acabou, ela não tem onde ficar no Rio e precisa de ajuda até para comprar leite especial para o garoto.

Fábio de Souza Pereira, 35 anos, é mecânico de carro e caminhão, mas deixou o emprego para se dedicar aos cuidados com o filho. “Ele estava morrendo”, justificou. A mãe, Francini Souza, 28 anos, é enfermeira, mas também está desempregada por conta da situação do garoto.

O bebê tem uma doença chamada FPies, que é uma alergia múltipla alimentar. Por conta disso, não pode experimentar nada, apenas se alimenta de um leite a base de aminoácido, o Neocate. O produto custa de R$ 180 a R$ 210, dependendo do local onde se compra e a lata é suficiente para alimentar Enzo durante apenas dois dias.

“Quando ele tem contato com alimento fica com ferida no corpo todo, o bumbum assa e fica na carne viva, tranca a glote. A reação é imediata, na hora da ingestão incham os lábios, os olhos, a barriga, causa ferida na boca, no céu na boca, até o cheiro causa reação”, explicou Fábio.

O pai conta que Enzo tem oito meses, mas até hoje nunca dormiu em seu quarto, que está intacto. Ele passa a maior parte do tempo em hospitais e, quando está em casa dorme no quarto dos pais, que não descuidam até mesmo porque a criança também tem refluxo grave.

ALERGIA

Fábio conta que quando Enzo nasceu não conseguia ter sucção para mamar e chorava muito. Com dois meses, os pais acharam que era cólica, o levaram ao médico e descobriram que ele não se alimentava e estava perdendo peso.

Por conta de uma disfagia na musculatura da boca, ele não conseguia sugar o leite materno, simultaneamente teve refluxo grave, broncoaspirava, o leite ia para o pulmão e ele era internado. Foi quando surgiu pneumonia.

“Tivemos todos os cuidados possíveis. Com 5 meses, a pediatra autorizou introduzir suco e fruta. Com seis meses, a papinha salgada. Quando demos batata com frango ele reagiu e ficou 60 dias sem poder se alimentar. Ele mamava 180 ml a cada três horas, depois passou a aceitar apenas 60 ml de manhã e 60 ml à noite. Estava com o intestino todo inflamado, trocamos várias vezes de leite. Nisso, demos leite de soja e ele teve outra grande reação, passando a rejeitar cheiro, toque e ingestão de alimentos. Também é alérgico a detergente, sabonete, shampoo e amaciante”, contou o mecânico.

Segundo o pai, vários foram os médicos que insistiram em tratar Enzo com base em diagnóstico errado. Ninguém dava crédito para a suspeita da família, que era de alergia. Na Santa Casa, médicos chegaram ao ponto de fazer testes na criança com látex, mesmo diante da garantia da família de que o menino era alérgico. Deram uma mãozinha de luva de látex para ele e passaram a luva dentro da boca do meu filho. Na hora o corpo dele encheu de ferida.

Quando cheguei no hospital estavam preparando papinha de batata e de cenoura para dar. Ver meu filho naquela situação me revoltou, peguei o Enzo na hora, pedi para a minha esposa arrumar as coisas, comuniquei a chefe da enfermaria e tirei ele do hospital”, revelou, explicando que durante a reação alérgica os batimentos cardíacos do bebê saltavam para 224 e, em seguida, caem para 80.

Dois dias depois do episódio, os pais encontraram um especialista em Campo Grande que detectou a doença de Enzo. A família também passou a integrar um grupo no Facebook chamado “Mães na luta contra APLV e alergia alimentar”, onde receberam indicação sobre um médico PHD em alergia alimentar que atua no Rio de Janeiro.

“Ele só tinha vaga para fevereiro, mas abriu exceção para atender Enzo. Levei meu filho para o Rio de Janeiro por conta própria. Uma amiga da família e da musa do rei ofereceu ajuda. Viviane pagou passagem e hospedagem. Depois de três horas de consulta, o médico diagnosticou meu filho com F-Pies”, contou Fábio.

DIFICULDADE

A hospedagem paga pela musa do rei venceu e agora a família de Enzo não tem dinheiro e nem para onde ir. “Aqui tudo é caro e a gente veio de repente, não tinha economia guardada. O leite do meu filho está acabando, só tem duas latas, uma aberta e outra fechada. Não sei para onde vou, não sei o que fazer”, desabafou o mecânico.

“Queria encontrar uma forma de agradecer pessoalmente a Viviane porque se não fosse a ajuda dela não sei o que teria acontecido. Agora, preciso alugar uma casa aqui e trabalhar porque minha vida vai ser no Rio de Janeiro por causa do tratamento”, contou o pai, explicando que o quadro clínico de Enzo está estabilizado. “As vezes tem reação nervosa, espasmos, mas está bem, na medida do possível”.

AJUDA

O bebê está internado, em tratamento, no Hospital Fernandes Figueira, Flamengo, Rio de Janeiro. Interessados em colaborar com a família podem entrar em contato pelos telefones (21) 9670-74380 ou (67) 9147-7086 (WhatsApp).

Também é possível contribuir por meio da conta bancária, que está em nome da mãe de Enzo, Francini Bauduína da Silva (nome de solteira): Caixa Econômica Federal

Agência 1464013, C/C 00004380-8

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