A greve dos bancários em todo o país completa, nesta terça-feira (13), oito dias. Conforme o presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Edvaldo Barros, na Capital, o movimento já atinge 95% das agências, dificultando a realização de algumas operações, como os depósitos, já que em algumas unidades, especialmente as de maior movimento, os envelopes para essa finalidade não estão sendo repostos.
Ao todo, são 170 unidades em Campo Grande e região. Só na Capital são 120 agências. "Semana passada precisei fazer um depósito e o caixa eletrônico já nem oferecia mais essa opção", revela a contadora Jéssica de Moraes Lima, que precisou efetuar a operação em uma casa lotérica.
No final da manhã desta terça-feira ela foi até a agência do Banco do Brasil da Avenida Coronel Antonino para realizar uma transferência, mas também não obteve sucesso e deverá voltar a um agente lotérico. "Não consegui porque a pessoa não havia registrado a biometria", diz.
Ela diz que a paralisação não afetou seu feriado prolongado, já que vem pagando as contas através do site do banco. Quem também não encontrou problemas para efetuar saques no feriado foi o aposentado Amilton Ferreira da Silva. Ele foi até uma agência da Caixa Econômica Federal, também na Coronel Antonino, apenas para retirar um extrato, mas observou que os terminais eletrônicos estavam abastecidos com cédulas.
Os clientes da agência do Banco do Brasil da Coronel Antonino também não estão encontrando dificuldade para sacar. Como a agência conta com um serviço terceirizado de orientação ao cliente, a funcionária disse que as cédulas estão sendo respostas desde o início da greve pelos próprios funcionários do banco.
Já na agência do Bradesco, que registrava um fluxo de clientes maior, o construtor de instrumentos musicais, Gustavo Crespe, disse que em alguns momentos do dia as máquinas ficam desabastecidas ou apresentam alguma pane. "Isso deixa o serviço mais lento e o pessoal fica nervoso, mas eu procuro vir com calma porque não adianta estressar nessa hora. Volto depois", ressalta.
Gustavo também conseguiu efetuar saques durante o feriado e ainda não precisou utilizar os serviços das casas lotéricas. Conforme o Campo Grande News constatou, os clientes não tem encontrado muita dificuldade em realizar operações em caixas eletrônicos de agências localizadas em regiões afastadas do Centro devido ao pouco movimento.
Enquanto na agência do Banco do Brasil da Avenida Afonso Pena falta envelopes de depósito desde quinta-feira, em unidades de outros bairros é possível realizar depósitos através das máquinas.
Greve - Segundo Edvaldo Barros, a categoria reivindica reajuste de 16%, além de mais contratações, garantia de emprego, fim da terceirização, do assédio moral e da rotatividade.
“Independente da greve, a população é diretamente afetada com o descaso dos banqueiros a falta de funcionários e isso vem piorando a cada dia. Cada vez mais os clientes estão sendo direcionados aos caixas eletrônicos, ou outros meios que não têm o mesmo padrão de atendimento e nem mesmo segurança”, enfatiza Edvaldo Barros.
A minuta de reivindicações foi entregue no dia 11 de agosto. Durante esse período aconteceram cinco rodadas de negociações sem avanços. A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) apresentou proposta de reajuste de 5,5% e não abordou as demais questões relacionadas a qualidade de vida e do ambiente de trabalho dos bancários.
"Mesmo o país passando por uma crise, os cinco maiores bancos tiveram um crescimento de 27% em relação ao mesmo período de 2014, lucrando R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre de 2015. Queremos a valorização dos bancários e um melhor atendimento a sociedade em geral”, destaca Edvaldo.
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