DOURADOS

Hospital do Câncer segue fechado

O Centro de Tratamento de Câncer em Dourados (CTC), conhecido como ‘Hospital do Câncer’, continua de portas fechadas. Quem recém foi diagnosticado com a doença tem que aguardar a reabertura da unidade sem data prevista ou recorrer a Campo Grande e outros estados para dar início a tratamento. Somente pacientes que passam por tratamento são atendidos temporariamente.

A queda de braço por recursos continua. De um lado, o CTC alega atrasos em repasses de dinheiro feito pelo Hospital Evangélico, unidade que detém do Ministério da Saúde a prestação de serviço na área de oncologia no município.

Como forma de se livrar das responsabilidades do fechamento do CTC, o Hospital Evangélico, representado pelo vice-superintendente Marco Aurélio Areias, protocolou ofício no Ministério Público Federal alegando que já repassou grande parte dos recursos ao CTC, que presta serviço de oncologia tanto para o SUS como a planos de saúde particular.

No ofício, Marco Aurélio garantiu que o dinheiro dos convênios já estão repassados e do SUS parcialmente, em razão do governo federal ter deixado de efetivar de forma integral o repasse ao Evangélico, que por sua vez paga o CTC. Ainda assim, segundo o documento, “ficaria para início deste mês de janeiro a complementação do restante”.

Ao jornal Dourados Agora o médico Mario Eduardo Rocha, que administra o CTC, questionou todas as informações prestadas pelo Evangélico ao Ministério Público. "O único repasse feito, de convênios e ainda parcial, foi de R$ 120 mil, anteontem", informou, acrescentando que o estoque de remédios está quase zerado e na semana que vem a unidade de oncologia continuará de portas fechadas.

Um dia antes de fechar o CTC, na quarta-feira, Mario Eduardo postou em sua rede social que o Hospital Evangélico devia R$ 887.869,86 de recursos do SUS e planos particulares. Como R$ 120 mil foram pagos, segundo ele, restam ser repassados R$ 767,8 mil.

Devido o impasse, a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Berenice de Oliveira Machado, agendou reunião para segunda-feira com a proposta de colocar frente a frente a direção do Hospital Evangélico, do Centro de Tratamento de Câncer e da Associação de Combate ao Câncer, entidade responsável por construir e equipar o prédio do CTC. “Os pacientes não podem ser prejudicados. Essas entidades terão que esclarecer o que está ocorrendo e pôr um fim em tudo isso”, disse Berenice, que pedirá para a prefeitura intervir.

Há mais de dois anos o CTC ameaça fechar as portas da unidade por falta de pagamento, no entanto, o impasse sempre era resolvido. Desta vez foi diferente e quem mais sofre são os pacientes. Quem é de fora é acolhido na casa de apoio da Rede Feminina de Combate ao Câncer, entidade que oferece assistência a pacientes e seus acompanhantes. A casa que vive lotada agora sobra espaço porque pacientes que tinham esperança de iniciar o tratamento no início deste ano tiveram que voltar para casa sem esperança de atendimento.

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