Familiares da bebê Maryàh Alice, nascida há um mês no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul com a doença gastrosquise e que necessita com urgência de transplante de intestino, ainda não conseguiu a transferência da recém-nascida para unidade de saúde de São Paulo ou Rio Grande do Sul, onde deve passar pro tratamento específico antes de ser operada, nos Estados Unidos.
Conforme a mãe da menina, a adolescente Alice, de 15 anos, o hospital de Rio Grande do Sul já respondeu que não tem vaga disponível para receber a bebê. "Mandaram o pedido para o Rio Grande do Sul, e lá não quiseram aceitar, alegaram não tinha vaga. Agora, aguardamos uma no Hospital das Clínicas, em São Paulo", informa a jovem.
Desde que nasceu, Maryàh não saiu do hospital. Por conta disso, contraiu infecção. "Ela está com febre e vai começar a tomar antibiótico", esclarece.
Diante da corrida desesperada contra o tempo, ao Portal Correio do Estado, a mãe de Maryàh contou que já conversou com a equipe médica e disse que assinaria termo de responsabilidade para que a menina fosse transferida o mais rápido possível. "Hoje mesmo conversei com a equipe médica sobre isso, mas me falaram que não iam me dar o termo, estamos sem saber o que fazer".
De acordo com o diretor-presidente do Hospital Regional, Justiniano Vavas, o estado de saúde da bebê é considerado gravíssimo. "Ela (a mãe da bebê) tem esse direito, mas diante do quadro de infecção, a equipe médica que atende a paciente é quem vai decidir se autoriza ou não a transferência".
Ainda conforme o médico responsável pela unidade, não interfere nas decisões que a equipe toma diante de cada paciente. "Apesar de ser médico e diretor do hospital, existe uma questão chamada ética, por isso não tomo decisões pelos médicos que acompanham a bebê", justifica.
Questionado sobre a infecção que a bebê adquiriu, o médico disse que seria inevitável. "Mesmo que ela estivesse no melhor hospital do planeta ela corre o risco de pegar infecção. Não estou falando que não pode ter havido algum problema, mas essa criança está tendo todo suporte possível, estamos fazendo a nossa parte. A situação é extremamente séria", ponderou o médico ao completar que a criança não tem como ficar sem o cateter. "Ela só está viva graças a esse cateter, com o tempo eles infeccionam por si só".
Atualmente, a bebê se alimenta por sonda, usa colostomia (procedimento cirúrgico que consiste em abertura na parede abdominal, temporária ou permanente, onde é ligada uma terminação do intestino pela qual as fezes e gases são eliminados) e precisa fazer transplante de intestino, que é realizado apenas nos Estados Unidos, conforme a assessoria de comunicação do Hospital Regional.
Antes do transplante, Maryàh deve ser encaminhada para São Paulo, onde passará por tratamentos específicos e então encaminhada para o transplante em terras estrangeiras.
Mara, avó, e Alice, mãe da bebê, são de Bandeirantes e estão hospedadas em Campo Grande na casa de um familiar.
SUS
"O Ministério da Saúde informa que o Sistema Único de Saúde (SUS) presta assistência a pacientes que, como Maryàh Alice, sofreram perdas intestinais congênitas ou adquiridas. O atendimento inclui a reabilitação intestinal e o transplante de intestino ou multivisceral. A avaliação do paciente com falência intestinal é feita em Centro de Referência Especializado.
DOAÇÕES
Quem quiser ajudar a família, que vai precisar de dinheiro para viajar e se manter no período que a bebê fizer a cirurgia, pode falar com a avó da criança.
A família deixou a conta abaixo para quem quiser ajudar com qualquer quantia.
Banco Caixa Econômica Federal
Ag:1568
Operação: 023
Poupança: 00004065 – 8
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