Com 15 cirurgias vasculares realizadas em aproximadamente seis horas, o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) completou com sucesso a meta prevista para o 2º Mutirão Nacional da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A ação, executada ontem, movimentou 39 hospitais universitários federais em todo o Brasil, colocando em prática mais de 8 mil procedimentos entre cirurgias, consultas, exames e atividades educativas.
As cirurgias começaram por volta das sete horas da manhã, mobilizando as quatro salas e uma equipe de 30 colaboradores do Centro Cirúrgico, entre cirurgiões vasculares, anestesiologistas e profissionais de Enfermagem. "Houve muito comprometimento e celeridade por parte do grupo, de forma que as todas as cirurgias, que poderiam levar quase 10 horas de trabalho, foram concluídas em seis horas. Tudo feito de maneira competente e segura", explicou a enfermeira Mônica de Souza Dantas, chefe da Unidade de Cirurgia do HU-UFGD.
A ação marcou o retorno da realização de cirurgias vasculares no hospital, procedimento que há pelo menos dois anos não era efetuado em função da falta de insumos e materiais específicos, recentemente adquiridos pela administração da instituição. O número de 15 procedimentos, que parece pequeno, na realidade expressa quase a totalidade de cirurgias dessa especialidade que devem ser realizadas em um mês. O objetivo é que, após o mutirão, 20 pacientes sejam operados todos os meses.
"Reorganizamos a equipe do Centro Cirúrgico, os horários dos profissionais, a estrutura das salas de cirurgia e adquirimos os itens que faltavam para que pudéssemos voltar a oferecer o serviço que pode mudar a vida de tantas pessoas que aguardam pelo procedimento cirúrgico", ressaltou a superintendente do HU-UFGD, Mariana Croda.
Mudança como a que vai acontecer na rotina da feirante Ana Fuzi Morikawa. Há mais de três anos esperando pela cirurgia, ela conta que as várias horas que passa em pé na barraca de feira atendendo os clientes, acabaram por lhe causar varizes e algumas feridas. Hoje pela manhã, ansiosa pelo procedimento, ela foi solidária ao se lembrar de outros pacientes com quem teve contato e que também esperavam por uma chance na fila do Sistema Único de Saúde.
"É uma agonia ter que esperar, fico imaginando como deve ser para outras pessoas, que sentem mais dor que eu, pessoas que eu já conheço daqui das consultas e que também vão fazer a cirurgia. Mas é muito bom saber que agora todos vão ser atendidos", disse, lembrando que é a primeira cirurgia que faz em seus 68 anos de vida.
Da mesma maneira, na sala de espera para a internação, a trabalhadora doméstica Eliene Gomes Damaceno, de 56 anos, conta que espera pelo procedimento de correção de varizes desde 2014 e alegou ter ficado surpresa quando recebeu a ligação do hospital para o agendamento. "Até cogitei não fazer, pois já fazia algum tempo que eu esperava. Mas fiz os exames, deu tudo certo e hoje estou aqui", afirmou.
Pós-operatório
De acordo com a enfermeira Mônica, os procedimentos vasculares atendidos hoje, em geral, tiveram duração de 40 minutos cada, e são considerados de baixa e média complexidade e rápida recuperação. Alguns pacientes já terão alta hospitalar amanhã (1) e em cerca de duas semanas poderão retornar às atividades rotineiras. Todos receberão acompanhamento pós-operatório no ambulatório do HU-UFGD.
Conscientização
Paralelamente, também em ações pelo Mutirão, duas equipes de colaboradores e estudantes estiveram em diversos pontos do hospital trabalhando em ações educativas. De manhã e à tarde, um grupo formado por enfermeiros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) ampliou aos usuários a já consolidada campanha pela "Higienização das Mãos" que faz junto aos trabalhadores. Em locais como recepções e ambulatórios, pacientes e acompanhantes receberam orientações sobre como higienizar as mãos de forma correta e a importância do ato para a manutenção da saúde e a redução de infecções, principalmente dentro do ambiente hospitalar.
Também em abordagem a usuários em pontos estratégicos do HU-UFGD, estudantes de graduação de Medicina, Psicologia, Nutrição e Enfermagem, integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET) GraduaSUS, fizeram um trabalho de conscientização sobre os problemas causados pelo tabagismo. O assunto foi escolhido por ser 31 de maio o Dia Mundial sem Tabaco, no qual instituições de saúde de todo o mundo, orientadas pela Organização Mundial de Saúde, realizam atividades educativas.
Ação nacional
Em sua segunda edição, o Mutirão Nacional da Rede Ebserh gerou a expectativa recorde de mais de 8 mil procedimentos nos 39 hospitais universitários federais filiados, nas cinco regiões do País. O objetivo é reduzir a demanda reprimida nas unidades e na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e mudar a vida de muitas pessoas, como na primeira edição do evento, realizada em novembro de 2016.
Sobre a Ebserh
Estatal vinculada ao Ministério da Educação, a Ebserh administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do SUS, e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no País, incluindo as não filiadas à Ebserh.
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