O número de assassinatos ocorridos desde o começo do ano na cidade de Ponta Porã aumentou em 31%, comparado ao ano passado. Segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul, até ontem (18), ocorreram 42 homicídios contra 32 no mesmo período de 2014. No ranking de cidades mais violentas, ocupa a terceira colocação ficando atrás de Campo Grande – com 79 crimes, e Dourados – com 47 assassinatos.
Dois crimes desta natureza, ocorridos no último final de semana, engrossaram a negativa estatística no município, que fica na fronteira com o Paraguai – um dos maiores produtores de maconha no mundo.
Localização que, na avaliação do delegado Jarley Inácio de Souza, titular da 1ª delegacia, justifica parte deste saldo, tendo em vista que o principal motivo dos assassinatos está relacionado ao tráfico de drogas.
“Apesar destes dois últimos casos terem sido situações aleatórias, a maior parte das vítimas tinha envolvimento com o tráfico. Ponta Porã serve como entreposto para traficantes. É a porta de entrada de 80% da droga que chega no Brasil. Grandes criminosos paraguaios pulverizam as ações e sempre ocorrem desacordos entre eles que resultam em execuções. Também há a disputa por pontos de venda de drogas”, pontuou.
Ainda conforme a autoridade policial, como tentativa de amenizar a situação, deveria haver no município grupo especializado na repressão ao crime de narcotráfico. “Estamos tentando treinar pessoas para atuar neste segmento, mas não temos efetivo. No começo do ano devem chegar mais servidores que estão em formação e pretendemos capacitá-los para atuar na repressão ao narcotráfico”, comentou Jarley. Também compõem a violenta estatística 46 tentativas de assassinatos, desde janeiro.
CASOS
Neste final de semana ocorreram dois assassinatos em Ponta Porã. No primeiro, Adilson Laurindo Matoso, 31 anos, foi morto a tiros depois de discutir em bar. No outro, travesti no nome oficial Willian de Souza Canteiro, 20 anos, foi morta com tiro no pescoço e a polícia suspeita de crime passional.
Outras mortes que tiveram repercussão em todo o Estado foram as de Luis Alberto Rojas, de 25 anos, e Jorge Augusto Sanches Zaracho, 23. Os dois foram encontrados mortos com cadeados na boca, na manhã do dia 18 do mês passado, em estrada vicinal. A suspeita é de que ambos eram envolvidos com o narcotráfico e, pelo menos um deles integrava a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
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